André Prodóssimo: instrumental da melhor qualidade| Foto:

Neste início de ano, fui presenteado com um lançamento de música paranaense de música instrumental que, desde já, coloco entre os melhores do ano inteiro, com todos os meses pela frente: o disco Samba Paraná, de André Prodóssimo.

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O nome do disco pode enganar dá a impressão de um disco de pagode. Não é isso. É um trabalho delicado, de violão, mais para fazer dançar os ouvidos do que os pés. Respeita o tradicional e sabe receber influências do moderno. Prodóssimo é um violonista de mão cheia e com muita técnica e sensibilidade. O disco começa com samba, mas passa por outros ritmos, como o frevo, o choro e brinca com influências do jazz, do clássico e da música instrumental atual.

Todas as composições são de André, que toca com precisão e emoção o violão de sete cordas. Com ele, faz dupla no projeto o contrabaixista Fábio Hess e conta com a participação de vários músicos diferentes nas nove faixas do disco. Prodóssimo é membro da Orquestra à Base de Corda do Conservatório de MPB de Curitiba e também se dedica ao Clube do Choro de Curitiba – com ambos já tem trabalhos gravados.

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O CD começa com a faixa "Samba para Ná" já dizendo a que veio. Um ritmo sincopado na bateria de Renato Martins e um baixo insinuante de Fábio Hess abrem para o ataque de cordas ligeiras de André. Um trio que se desdobra e parece inspirado nos antigos grupos intrumentais brasileiros, que teve o Zimbo Trio como, talvez, seu mais conhecido membro. Virtuose, emoção e energia a serviço da música. É para agarrar o ouvido de quem gosta de cordas bem tocadas. A segunda faixa é "São Lourenço", mais para a bossa nova. Dá para imaginar a paisagem, não a do barquinho na praia, mas a dos gramados e do lago do Parque São Lourenço num dia de sol. Belos solos do titular do CD e, agora, além de Hess e Martins, tem o piano Rhodes de Davi Sartori. Quem ainda não havia se entregue, não resiste. O disco vai num crescendo impressionante. A faixa 3 é um frevo com Vina Lacerda e Márcio Rosa na percussão. A música segue perfeita e o queixo do ouvinte vai caindo na medida em que o sorriso de apreciação aumenta. "Santa Maria", a quarta faixa, traz um encontro-duelo do violão de Prodóssimo com o cavaco de Julião Boêmio num choro sensacional, apoiado pelo pandeiro de Gabriel Schwartz (coisas de Curitiba ter um pandeirista com sobrenome alemão).

Não há espaço para falar aqui de todas as faixas do disco. O violão-solo aparece em duas delas, "Perfume Carioca" e "Virtuosa", muito delicadas e que destacam a precisão técnica e a mistura de agilidade com sensibilidade do músico. Enfim, o trabalho é tão bom que nem dá para destacar apenas uma música. Todas são ótimas, o que revela não só o trabalho de intérprete, mas também o do excelente compositor. Vai ser difícil surgir um CD instrumental que bata este durante todo o ano. Para quem se interessou, os contatos de Prodóssimo são: (41) 3262-1798 e andre.prodossimo@hotmail.com.

Hit Pinhão do verão – Me empolguei com o violão do André e não deu para falar aqui das sugestões enviadas sobre o "hit pinhão do verão", mas você pode continuar mandando sugestões no blog Sobretudo (http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/blog/sobretudo) ou pelo e-mail: blogsobretudorpc@gmail.com.