Os compositores e os broncos

A peça que eu queria ver no Festival de Teatro de Curitiba tinha Paulo César Pereio e Elke Maravilha no elenco. Foi-me altamente recomendada. Infelizmente, o espetáculo foi cancelado. Nada grave, porém.

De hoje até a primeira semana do mês que vem, tem teatro para todos os gostos. Viver sem teatro é muito mais difícil.

Até porque não é só de drama que vive o nosso velho festival. Vai rolar, por exemplo, como parte do Fringe, uma mostra de urgente e novíssima música autoral da cidade. Dezenas de artistas espertos. Por nome, é a Mostra Sonora Cena.

A ideia é reunir músicos e público em um ambiente ao mesmo tempo "atento e descontraído". Do compositor, diretamente para o público. Naquele contato direto que é a graça do teatro.

"Percebemos a demanda da cena local por um evento aberto ao encontro, à reflexão e à fruição da música autoral", disseram-me os organizadores do evento.

A mostra acontece de 30 de março a 4 de abril, na Capela Santa Maria, um dos lugares mais bonitos da cidade e que geralmente não é sede de canção popular autoral, e sim um espaço dedicado à música erudita.

A proposta partiu do "concentrado artístico" chamado Água Viva, uma casa que reúne artistas em encontros quinzenais e semanais.

Abarcará Amira Massabki, Charles Racional, o rapper Cabes MC, Roberto Donato e Banda são alguns dos nomes envolvidos. Há outros.

Estão programados nove shows de bandas e compositores locais, cada um com duas sessões; cinco palcos abertos; três mesas de conversa e uma festa.

A programação está disponível no site do festival (www.festivaldecuritiba.com.br), na seção Mostra Sonora Cena. Como diz um amigo meu, "Renda-se, jovem".

Bronco

Está no ar o programa !Bronco, mostrando que tem coisa se mexendo no subterrâneo da cidade. Para quem ainda não viu, é um programa de tevê web, de uma hora de duração, que se ocupa de percorrer o submundo da cidade e ouvir o que as pessoas que vivem lá têm para falar.

Uma grande equipe cuida da parada. Cito os músicos Irineu Almeida e Raphael Gorny, representando os demais.

Segundo os próprios broncos, "o único objetivo é o de divertir e reunir amigos, ativistas, músicos, criaturas submundanas e todos aqueles que possuem a arte no coração e a loucura nas veias".

No programa n.º 0 há uma investigação das histórias do Lino’s Bar, o venue fundador do rock curitibano, e um passeio etílico com o Wallace Barreto, da banda Ovos Presley. Há também um perfil de Klaus Koti, o lendário one man band local que tem bastante história para contar. Uma matéria sobre o Studio Tenda e as garotas do Uh La La! falando sobre bebedeira e culinária. E por aí vai.

A coisa está amadurecendo. Me parece que, daqui a pouco, vai ficar obrigatória. Para assistir, é só digitar "Canal Bronco" no YouTube.

Dê sua opinião

O que você achou da coluna de hoje? Deixe seu comentário e participe do debate.