O colega Marcio Renato dos Santos, do Caderno G, contou-me, esses dias, que pessoas ligadas à literatura em São Paulo estão recomendando os livros de Cristovão Tezza, referindo-se a ele como um escritor novo, que está tendo bastante destaque.
Primeiro, quero reafirmar que qualquer argumento para se recomendar um livro de Tezza é um bom argumento. Mas, lembro que meu primeiro livro autografado pelo escritor, A Cidade Inventada, é de 1980. Lá se vão 28 anos de boa literatura.
Considerando-se essa relatividade temporal, queria aqui recomendar duas "novas" bandas de Curitiba: Sopa e Gato Preto. As duas subirão ao palco do John Bull Master Hall (R. Engenheiro Rebouças, 1.645 Rebouças), em Curitiba, no sábado, fazendo o "esquenta" para o público que for ver a banda de rock Casa das Máquinas, que fez sucesso no Brasil nos anos 1970.
Gato Preto(www.myspace.com/bandagatopreto) nasceu há nove anos, tem um EP e um DVD lançados. Sopa (myspace.com/bandasopa) é mais nova, está completando três anos.
Em comum entre as duas, além da divisão do mesmo palco neste sábado, estão a utilização de instrumentos diferentes para uma banda de rock, um gosto alternativo do padrão e difícil de se rotular, e músicos em comum.
Um rótulo abrangente e pouco definidor, como "psicodélico", por exemplo, pode apontar uma direção, mas não diz tudo. Um "modernismo-tropicalista-antropofágico-psicodélico-de-raiz" é mais definidor para mim, mas garanto que embaralha ainda mais a cabeça do leitor.
Gato Preto é um quinteto formado por Ivan Halfon (voz e flauta), Marcello Stancati (guitarra e bandolim), Jan Kossobudski (violino e violão), Luigi Pantaleoni (baixo) e Abdul Oziecki (bateria e derbak). Além das participações especiais e constantes de Gustavo Ortigara no piano, acordeon e teclado, Higor Wendrychowski no trompete e Rodrigo Nickel no saxofone.
Sopa é Ivan Halfon (bateria/voz/xilofone), Alexandre Oziecki (baixo/voz/teclado), Fábio Laskavski (baixo/violão/xilofone), Daniele Madrid (voz/percussão/violino), Victor Daniel (Flauta/Voz/Violão) e Higor Wendrychowski (trompete).
Como se pode notar pela composição, as bandas podem ser consideradas primas-irmãs. O som é um pouco mais diferente entre as duas.
A primeira é mais rock, mais alcoólica, enquanto a segunda é mais acústica, capim limão. As duas são meio hippies (e para mim isso é um elogio; abaixo o preconceito!). Letras inventivas e bem humoradas. As duas alto astral, pouca melancolia, muito ritmo.
Vê-las ao vivo pode ser uma boa pedida para o fim de semana.
Deixe sua opinião