O rádio de Curitiba é bom ou ruim? Cada um que dê sua própria opinião, afinal, os gostos não são sempre os mesmos e, se eu aprecio uma estação, você pode gostar de outra. Desde a invenção do transistor, o rádio nunca esteve tão acessível quanto agora. Se o transistor transformou o rádio, que era um móvel interno, em um companheiro de orelha, agora, com a internet, as ondas curtas ficaram mais curtas ainda. Temos acesso ao mundo inteiro e suas particularidades. É claro que é preciso tempo e paciência para navegar até encontrar o que se procura ou o que agrada mais aos ouvidos. Sites como o MySpace também propiciam o acesso a música de todo o mundo e perder-se por ele, pulando de banda em banda, é um dos meus esportes favoritos em dias de tédio e falta de criatividade. Talvez alguém que mora lá do outro lado do mundo também tenha, por vezes, dias de tédio e pulando de banda em banda aconchegue seus ouvidos sob algum som de Curitiba. Iria gostar ou detestar? Só quem pode responder é o dono do ouvido. Existem músicas para todos os gostos ou gosto para todo tipo de música.
Fiz este preâmbulo todo só para deixar claro que cada vez mais a música está na internet, com cada vez mais opções e maneiras de acessá-las. E também a música curitibana. Além de ouvir, há também os sites que nos propiciam downloads. Acabo de conhecer um que mistura o rádio e o download. Trata-se do inventivo e radiofônico Stereo Toaster (http://www.stereotoaster.com.br). O programa de rádio chama-se "Setlist". Eis como ele está apresentado: "É um espaço dedicado às boas bandas e às boas idéias. Esta rádio pretende ser um púlpito aberto ao artista que tem o que dizer, sem medo de revelar referências, metas e arriscar palpites. Arquivo de idéias vivas, de pensamento expressado e registrado para o instante e para a posteridade. A idéia é disponibilizar músicas para download gratuito autorizado e desburocratizado, além de produzir programas com as músicas mais importantes na opinião dos próprios músicos, agentes catalisadores de idéias novas. Arte, cultura, educação, a cidade, o campo, o país, o mundo todo. Tudo que já foi dito já foi cantado. Tudo? Seja bem vindo e clique a vontade".
Os responsáveis pela experiência são Alessandro "Magoo" Ruppel (projetista gráfico), Luis Ferreira (direção executiva) e Rodrigo Piazzetta (webmaster). Têm parceria com o bar Vox e a rádio 91 Rock. O programa de rádio é bem legal e pode ser resumido em uma pergunta: quais as dez músicas que fizeram a tua cabeça? É essa a questão a ser respondida e apresentada sonoramente pelos convidados entrevistados (e quem não se lembrou das listas do Nick Hornby no livro Alta Fidelidade?).
Mas o Stereo Toaster além de possibilitar baixar os programas de rádio também tem espaço para downloads de discos de bandas e músicos ligados ao Paraná. Por enquanto, estão disponíveis ali os discos Sem Suingue, do Beijo AA Força, O Popular e Ao Vivo na Grande Garagem que Grava, de Diedrich & Os Marlenes, Ao Vivo na Grande Garagem que Grava, do Poléxia, além das músicas "Acho", uma versão inédita de Carlos Careqa, e "Nós Otros Que Somos Nós Mesmos" com Carlos Careqa e Maxixe Machine.
Justiça seja feita. Este não é nem o primeiro nem o único site com música paranaense para baixar. O Mondo Bacana (http://www.mondobacana.com/), do colega jornalista e musicólogo Abonico Smith, há tempos é um porto seguro de informações e downloads sobre a música do Paraná. Lá, além de blogs espertos e bem informados estão disponíveis nada menos que 44 discos ou músicas para baixar gratuitamente.
Memória do rock no Norte do Paraná
A internet náo é só para novidades. Também é um importante instrumento para a memória da música do estado. Mesmo que não sejam atualizados, guardam depoimentos e recortes de um tempo. Um exemplo disso é o blog O Rock de Londrina (http://orockdelondrina.blogspot.com). O autor, Kadu Guariente, deixou ali suas lembranças, testemunho e muitos documentos de dez anos de muito rock da cidade, entre 1987 e 1998. Pesquisadores tem ali um bom material.
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