Eu adoro trívia. Cultura inútil, como se dizia no meu tempo. Nunca (nunca!) perdi uma partida de Master na vida.
(Há quem diga que uma colega também se diz imbatível… Oi, Lígia: eu nos vejo como caubóis que um dia se hão de cruzar ao pôr-do-sol.)
Hoje em dia eu curto acompanhar um Quiz Show francês chamado Questions pour un champion só pra tentar responder antes dos candidatos. Aqueles losers…
A bem da verdade, uma das coisas que mais me agradam na tradução literária é justamente isso de você acabar encontrando utilidade pra quase toda essa cultura de bolso. É engraçado, mas cedo ou tarde as coisas acabam vindo a calhar… daí elas viram “erudição”…
Mas tem coisas que acho que nunca vão servir mesmo. E talvez sejam as melhores.
E, dessas, tem um subconjunto que me interessa especialmente.
Os dados totalmente obscuros, nerdices extremas que parecem ter alguma mensagem cifrada sobre a oculta ordem do mundo, sobre o real sentido da experiência na Matrix… essas coisas.
Por exemplo, anda rolando certo bafafá (vá lá… “bafafá” na medida em que música erudita contemporânea justifica falatório…. aliás, alguém ainda fala bafafá?) em torno de uma nova compositora americana.
A moça se chama Caroline Shaw e, do alto dos seus 34 anos, vem meio que reinventando a tradição vocal da música dita “clássica” além de colaborar com gente como Kanye West.
Já está nerd o suficiente pra você?
Mas sabe o que que é mais doido? A menina é trineta (e sobrinha-trineta, óbvio) dos irmãos Chang e Eng Bunker que, por terem nascido na Tailândia (então conhecida como Sião) e grudados pelo abdome, deram origem ao termo “gêmeos siameses”.
Sério. Algum cronista mais iluminado que eu CERTAMENTE saberia tirar disso alguma lição profunda sobre a superação das dificuldades ou, no mínimo, sei lá, um trocadilho…?
Eu só fico aqui tipo “qual é!”
Tem outro desses dados de trívia, no entanto, que me persegue há anos. Uma informação preciosa cujo sentido final para a compreensão dos mistérios da vida, do universo e de tudo mais eu ainda não consegui elucidar. Um dado esotérico que agora, pequeno gafanhoto, diminuta lacraia, eu vou “compartilhar” com você.
Sabe aquele menino coisinha mais fofa que gerou uma das imagens mais tocantes de toda a história do cinema caminhando ao lado de Charlie Chaplin no filme ‘O garoto’?
Sabe ele? O “garoto” propriamente dito?
Ele se chamava Jackie Coogan. E ele teve, sim senhor, mais um sucesso na vida. Nos anos sessenta, já cinquentão, ele foi o Tio Fester na série de televisão ‘A família Adams’.
Qualé!
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