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Em 1998 uns professores recém concursados no então chamado Departamento de Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas da UFPR decidiram se reunir a colegas mais veteranos e organizar uma “Semana de Letras”. A gente (eu, a Sandra, hoje minha mulher, Mauricio Cardozo, Alessandro Rolim de Moura… mais Marcelo Sandmann, Luís Bueno e alguns alunos tipo o Caio Marques e convidados como o Luís Henrique Pellanda) montou um palco no pátio e saiu tocando violão, recitando poesia, lendo poemas dadaístas em quatro línguas ao mesmo tempo… essas coisas sem noção.

Dizem que sobrou um registro em vídeo. Ui que mêda!

Com o tempo, o evento se transformou, e hoje tem centenas de inscritos, apresentação de mais de duzentos trabalhos, mesas-redondas, convidados externos. E é aberto, é tudo público. Basta aparecer pra ver.

Nos últimos dois anos eu fui o “organizador” da Semana. Mas na verdade contei com o auxílio de umas meninas (e um cara!) geniais que foram se preparando pra, agora, fazer a primeira Semana de Letras integralmente pautada por alunos.

Morro de orgulho de cá. As meninas montaram (procure a programação no site semanadeletras.ufpr.br ou no FaceBook) um evento genial. Variado. Colorido. Interessantíssimo.

Parabéns e obrigado.

De minha parte (especialmente se você está lendo isso ainda no sábado) registro que também pela primeira vez a bagunça começa FORA da UFPR, com uma palestra do romancista Daniel Galera, neste sábado, na Livraria da Vila. E, depois da palestra, vai ter sessão de autógrafos com o Galera e, também, comigo (autografando o meu guia de leitura do Ulysses) e com aquele professor Luís Bueno que eu citei lá em cima.

O Luís meu deu aula na graduação, tocou Pat Metheny (e Gil, e a trilha sonora de “Once”) comigo ao longo desses anos e, de quebra, de 98 pra cá virou um mega figurão das letras nacionais. “Uma história do romance de 30”, que ele lançou há dez anos, é daqueles livros clássicos de uma geração.

O que ele lança agora, na abertura da semana, é outro trabalho lindo, agora de garimpagem e organização, com centenas de capas feitas pelo grande Tomás Santa Rosa para a Livraria José Olympio na primeira metade do século 20. Nem preciso mencionar o trabalho e o empenho do Luís pra localizar essas capas em boas condições, digitalizar e tal. E ainda contextualizar isso tudo e apresentar, num volume incrível.

É bonito.

A Semana chega à maioridade nas mãos de meninas que mal eram nascidas quando a gente resolveu inventar isso.

A gente ainda está lá. Mas quem vai ficar são elas.

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