Creio que as flores florem para quem vê flores.

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Creio que é melhor errar tentando acertar do que não tentar com medo de errar.

Creio que um dia os fumantes andarão com recipientes na cinta ou na bolsa para colocar as bitucas, sem por isso se acharem perseguidos. E creio que as bitucas serão recicladas.

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Creio que, se não vencermos (pois o Mal nunca será totalmente vencido, se é humano e também foi criado por Deus) se não vencermos os Três Dragões, ao menos os conteremos: a Corrupção, a Burocratização e a Supertributação.

Creio que os netos ou bisnetos de todos os racistas acabarão casando com belas negras e mulatas, ou, por castigo, casarão até com feias negras e mulatas.

Creio na obsolescência das modas, a partir do momento em que são lançadas. Creio na permanência das personalidades e seus estilos pessoais.

Creio na iniciativa tanto quanto descreio das corporações. Por isso, creio que Rogério Ceni não é apenas o goleiro artilheiro do mundo; é, antes de tudo, o profissional responsável e dedicado que, para não perder tempo esperando o começo dos treinos, começou por conta própria a treinar cobrança de faltas. Creio em Rogérios Cenis.

Creio na liberdade de cada um, portanto creio na responsabilidade de todos ou, pelo menos, da maioria.

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Creio nos valores em "ade": fraternidade (sem paternalismo), qualidade (de caráter, de produtos, de serviços), honestidade, bondade, produtividade, diversidade (em igualdade não creio: a igualdade não é real, é só ideológica; a diversidade é real). Não creio nos valores em "ão", eleição, renovação, tradição, revolução, como não creio nos valores em "ia", democracia, cidadania. A não ser, claro, que sejam tocados com os valores em "ade". Até tradição funciona tocada com modernidade, penso nisso todo dia quando passo no pão a manteiga Aviação que consumo desde menino.

Creio que um dia voltaremos a comprar cereais retirados de canecada das sacas, sem embalagens, como voltaremos a comprar leite em garrafas retornáveis.

Creio que a transparência será tanta, e a fiscalização dos poderes públicos tão efetiva, que os candidatos serão na maioria honestos e interessados em servir o público em vez de servir-se.

Creio que a música sertaneja deixará de ser onipresente, gritante e desgraciosa, porque creio no tempo e no bom gosto crescente das pessoas.

Creio no amor, desde que não seja possessivo e repressivo.

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Creio na paixão, desde que seja amorosa.

Creio na fidelidade, não como norma nem como jugo, mas como conquista e prêmio de respeito.

Creio na maravilha dos frutos, na paciência da família, na vitalidade dos sucos e na perenidade das essências.

Creio nas mudanças, inclusive das crenças.

Creio na divindade dos descrentes, dos loucos, dos profetas e dos anarquistas.

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Creio na santidade dos suicidas, menos os que detonam bombas.

Não creio que Jesus morreu na cruz para nos salvar, mas porque era um rebelde que pregou a separação entre Estado e Igreja, a convivência entre todos e o perdão, que eliminaria as guerras que os Estados tanto cultivam. Creio num Jesus sem cruz, creio nos seus exemplos de vida e não no culto de sua morte.

Creio na vida eterna em cada momento, único pedaço disponível da eternidade. E novamente: amem. Amém.