A vó está regando os vasos, o dia amanhecendo, quando chega a neta.
Mas isso são horas, menina?! É um perigo andar na rua hoje em dia!
Ora, vó, ontem já andei, amanhã ainda não chegou, só posso andar hoje em dia. E o Ricardo me trouxe, né.
Teu namorado?
Não, vó, só fiquei com ele.
Ah...
Noutro dia, é outro que traz a neta, e a vó, regando as plantas, vê os dois se beijando lá na rua.
Esse então é o namorado?
Não, vó, só fiquei com ele.
Mas estavam se beijando, eu vi!
Então, vó, a gente ficou esta noite, tá limpo.
A vó vai perguntar à filha que história é essa de ficar.
Hoje é assim, mãe, só namoram depois de ficar.
Mas eles estavam se beijando, filha! E se ela ficar... grávida?!
Mamãe, a pílula existe desde os anos 60! E a minha filha está bem instruída pra usar preservativo, viu? Não vamos ter nenhuma surpresa...
Mais surpresa do que essa, filha?! Então minha neta já não é mais moça?!
Ora, mãe, quero é que ela seja mulher, e que faça suas escolhas melhor do que eu, que casei virgem e boba e deu no que deu! De todas as minhas doze amigas, só uma não descasou!
A vó não se conforma, vai falar com a neta:
Você sabia que, no meu tempo, além de casar virgem, na primeira noite a gente quase nem se tocava? É, a coisa ia aos poucos... Muitas noivas usavam na lua-de-mel um lençol com um buraco no meio.
Pra ventilar, vó?
Não, para... nem sei como dizer... Para a cópula, menina!
Era algum tipo de sacanagem, vó?
A cópula, ora! O coito! A conjunção carnal!
Ah, então eles transavam através do buraco no lençol? Nossa, que excitante! Já ouvi falar de muito truque de cama, vó, mas essa é nova!
Nova? A sua bisavó... Ah, deixa pra lá. Você não tem medo de pegar má fama ficando com tantos moços?
Não, vó, eu fico com um de cada vez! E sou sempre discreta, né, não fico anunciando...
A vó desiste, vai conversar com as plantas. Então a netinha sai correndo e gritando:
Vou na casa do Marquinho, mãe!
A netinha se vai, a vó pergunta com muito cuidado:
Minha filha, a sua filhinha também está ficando?
Como assim, mãe?
Com esse Marquinho, ela está ficando?
Ora, mãe, que idéia, o Marquinho é um menino!
É, mas os meninos do meu tempo...
A netinha volta anoitecendo, a mãe pergunta onde ela esteve a tarde toda.
Te falei, mãe, fiquei no Marquinho.
A vó arrasta a filha para um canto:
Você ouviu? Ela diz que ficou com o Marquinho!
Ficou no Marquinho, mãe, não com o Marquinho!
Ah a vó levanta as mãos para o céu Eu tô ficando louca!
Fique fria, vó diz o neto Deixa rolar que tudo fica bem.
Rolar?! Você ouviu, filha? Quer dizer que uma menina desse tamanho já tá rolando com menino por aí!
Oh, vó o neto fala saindo Não é rolar como a senhora tá pensando... Fica na sua! Só pensa sujeira!
E-u?!
Vai regar as plantas, resmungando:
Vou ficar quieta. Que rolem como quiserem. Vou ficar na minha, como eles dizem. Mas não vou ficar com neto sem pai, ah, não vou, quem pariu que embale.
Falando sozinha, mamãe?
Não, falando com as plantas. Fique fria. Eu não vou ficar mais surpresa com nada. Eu? Eu só penso sujeira, então tá limpo, né, e ficamos assim!
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