Outro dia me dei conta de que o telejornal da RPC tem apresentador negro desde muito antes de a inclusão social ser norma legal e até virar moda de marketing.
Mas isso era só indício antigo de que a cidadania se tornaria prática sistemática da RPC. Senão, por que a Gazeta do Povo e a RPC investiriam em jornalismo investigativo para fuçar os arquivos da Assembléia Legislativa do Paraná?
O jornalismo investigativo, ainda mais em missão prolongada assim, durante meses fuçando diários oficiais até descobrir os diários secretos como fonte de corrupção, exige investimento e coragem. Pode ter represálias fiscais, jurídicas, econômicas e até pessoais.
-No entanto, assim como o socialismo reciclou-se, abandonando a ambição do poder para se tornar apenas serviçal público na saúde e na educação, o capitalismo reciclou-se, ciente de que, se quiser sobreviver e se desenvolver, precisa não apenas visar ao lucro, mas também a sustentabilidade ambiental e, conforme está ensinando a RPC, investir em cidadania de forma clara, firme e diária.
Não se passa um dia sem que, nos noticiários das tevês da RPC, assuntos públicos sejam focados com responsabilidade e coragem. É norma dos noticiários divulgar e depois cobrar reivindicações sociais, desde o buraco na rua até a falta de vacinação.
Mas, informou a mim um chefe de redação, não são acolhidas denúncias antes que os denunciantes procurem, primeiro, as autoridades competentes e protocolem suas reivindicações Daí, se o problema não for resolvido ou enfrentado, a denúncia é publicada, e, depois, cobrados os resultados. Se o serviço foi feito pelo poder público, isso também é divulgado. Se for bem feito, é elogiado.
Assim, estimula-se a cidadania responsável e os serviços públicos competentes. A RPC passou a exercer um jornalismo que não apenas mete a boca no trombone mas, também, costura uma relação consequente entre cidadãos e serviços públicos. Ou como diz o caboclo: aponta o dedo mas também bota a mão na massa.
A Gazeta do Povo e o Jornal de Londrina passaram a dar atenção especial às cartas de leitores. Na Gazeta, as cartas passaram do final para o começo do primeiro caderno, evidenciando a visão de que os leitores têm prioridade. O Jornal de Londrina publica cartas e comentários de leitores em várias páginas, configurando jornalismo parceria entre editores e leitores.
Enquanto os políticos tradicionais tentam barrar a transparência e defendem velhos privilégios, a RPC tornou-se, na prática, Rede Paranaense de Cidadania.
Por isso me orgulho de escrever aqui, esperando que leitores, telespectadores, jornalistas e empresários continuem unidos nessa missão de renovar o jornalismo com cidadania e vice-versa.
Ou como diz o caboclo: só não melhora quem não quer, ainda mais se juntando quem quer melhorar.
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