Um amigo disse que será difícil se preparar para o show dos Rolling Stones, porque terá que decorar as letras... Suspeito que estava tirando sarro, dada a popularidade (e ausência de complexidade?) das músicas.
Talvez a mais conhecida seja “(I Can´t Get No) Satisfaction”. Incrível como ela resume o espírito de nossa época.
Se antes as opções na vida eram mais limitadas, talvez mais bem aceitas, hoje o mundo parece estar a nossos pés. O que sente um jovem atualmente ao escolher o curso para prestar Vestibular? Tudo parece estar à distância de um clique, incluindo o conhecimento – mas algumas coisas requerem opção, e abrir mão de todo o resto.
Eu estava feliz com minha bolsa de couro comprada na lua de mel em Buenos Aires, em promoção. “Ya está por el terzo del prezo, señora”, me disse o vendedor, quando chorei mais. Mas descobri que existe a Birkin, que é estilosa e pode custar milhares de dólares. Óbvio que não pretendo comprar, mas esse tipo de sonho de consumo, aos poucos, exige ao menos um pequeno upgrade naquilo que já se tem.
Satisfação também é algo contraditório quando se tem filhos. Nunca se abraça ou beija o suficiente pelo dia, e, de repente, já é hora de dormir. Daí, só amanhã - com sorte, se ele não chorar à noite.
Você não cansa de dar aquele cheirinho... Só que as crianças precisam de espaço para crescer – e até te empurram pra lá quando você está exagerando no chamego. Imposição de limites versão kids.
Limites e satisfação me parecem ser dois termos bastante ligados. A insatisfação estaria relacionada a contemplar a infinitude de opções e não saber bem para que lado ir.
Pelo contrário, o fato de escolher, e portanto decidir, em plena consciência, abrir mão de várias outras coisas, nos ajuda a delimitar nosso campo de atuação.
Creio que serei mais satisfeita quando aprender a fazer isso (seria uma intenção para 2016? Estamos em janeiro, ainda dá tempo).
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