Languedoc é a vasta região do sul da França, na Provence. Aliás, o nome "Langue dOc" se deve ao fato de que "Oc", em provençal, significa "sim". Diferentemente da língua do norte, a "Langue doïl", na qual "sim" é "oïl" ou "oui" (no francês moderno).
Questões lingüísticas à parte, esta região plana e argilosa recebeu um grande contingente de produtores no século 19, que, fugindo da praga do Phyloxera, procuraram áreas impermeáveis onde era fácil manter uma camada de água e afogar o pulgão.
O primeiro grande vinho do Languedoc surgiu quando Aimé Guibert, um empresário da construção civil, adquiriu uma chácara de lazer. Logo Guibert foi procurado por um geólogo que lhe disse que naquela área se poderia fazer um dos melhores vinhos da França. Por um fenômeno inexplicável, talvez um maremoto, no subsolo daquela propriedade havia um inexplicável depósito de arenito que asseguraria uma drenagem perfeita exceção naquela região.
Não sendo do ramo, Aimé Guibert procurou o maior especialista francês, o professor de enologia Emile Peynaud, que confirmou a teoria e deu início às experimentações agrícolas. Como as incertezas climáticas eram muitas, plantaram um grande número de variedades, regionais e de Bordeaux.
Descoberto o caminho do Languedoc, diversos produtores se deslocaram para a região e seguiram a mesma receita. O mais recente é o Domaines Rothshchild, do Château Lafite, que adquiriu o Château dAussières em Corbières, em Rouissillon, nas proximidades da fronteira espanhola. Antigamente denominado Domaines Listel, foi adquirido por Rothshchild em 1999.
De fato, a tradição dos Vinhos de Narbonnaise remonta à época dos romanos, quando eram relacionados como um dos melhores fornecedores de Roma. Na idade média, a propriedade foi incorporada pela Igreja, com a qual ficou até ser confiscada pela revolução francesa e adquirida em leilão pelo Conde Daru, ministro de Napoleão.
Depois do Phyloxera, o Domaine entrou em decadência, assim como toda a região de Narbonne, até ser adquirida pelos Rothshchild e inteiramente replantada com as cepas tradicionais do Languedoc, Syrah, Grenache, Mourvèdre e Carignan, complementadas por Cabernet, Merlot e Chardonnay.
Seu carro chefe é o Château dAussières 2003, elaborado com 80% de Syrah e 20% de Grenache vinho de grande concentração e aromas, com 18 meses de carvalho francês.
Outros vinhos são "A dAussières", corte de Syrah, Grenache, Mourvedre e Carignan e "Aussières Rouge", corte de Cabernet Sauvignon, Franc, Merlot, Syrah e Mouvèdre.
Confraria Invinovéritas Degustação de Mas de Daumas Gassac x Aussières. Dia 6 de fevereiro, às 19 horas. O fone é 3339-7519.
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