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Os vinhos Riesling estão renascendo. Aquela uva que os especialistas já consideram como a melhor entre as brancas foi apagada por duas ondas. Pela repulsa ao marketing enganador da "garrafa azul", que vendeu muito enquanto durou, mas virou maldição quando caiu a máscara, e pela moda monopolista do Chardonnay.

Durante seu eclipse, os Riesling sobreviveram suportados pelos gloriosos vinhos de sobremesa, os raros, caros e maravilhosos, Trockenbeerenauslese e Eiswein, com seus aromas inebriantes e longa durabilidade (eles podem chegar a cem anos). Não são vinhos para se tomar cotidianamente, mas ninguém deve deixar de provar um deles pelo menos uma vez na vida. Um Trockenbeerenauslese de ¼ garrafa custa R$ 250. O Eiswein é mais caro.

E justamente quando os excessos dos Chardonnays estão sendo questionados, a Riesling, assim como a Sauvignon Blanc, ressurge, porque faz o contraponto à uva da moda. Chardonnay é frutada, isto é, seus aromas vêm da fermentação, enquanto a Riesling é aromática, com múltiplos perfumes de cítricos, mel, flores, maçã verde. A Riesling é avessa ao carvalho novo que se sobrepõe e equaliza os Chardonnays. Chardonnay se afina apenas com as comidas fortes e molhos amanteigados. O Riesling é considerado o harmonizador perfeito de todos os aromas, de peixes a pratos fortes, como porco e chucrute.

O Riesling combina fruta madura com uma alta acidez e é uma uva de regiões frias, como o Norte do Reno, onde outras uvas não prosperam. O maior produtor de Riesling é a Alemanha, mas França (Alsácia), Áustria, Austrália e Estados Unidos têm áreas expressivas. Os vinhos mais famosos estão na Alemanha e na Áustria. J.J Prum, Bürklin-Wolf, Domdechant Werner, Robert Weill, na Alemanha, e Wilhelm Bründlmayer, Alois Kracher, na Áustria. Aliás atribui-se à região austríaca de Wachau, perto da fronteira Tcheca, a origem da Riesling. Na Alemanha, o registro mais antigo data de 1435.

Um dos obstáculos à ressurreição do vinho alemão são os nomes. O rótulo dos vinhos alemães, com aquelas longas palavras que descrevem tudo, são difíceis de entender. Numa degustação na Confraria In Vino Veritas tomamos o Dr. Bürklin-Wolf Riesling QbA trocken 2004, cujos aromas límpidos de maçã verde, mel, cítricos e pêssego encantaram, mas ao final ninguém sabia o nome do vinho.

Se os alemães não simplificarem sua denominações, o consumidor vai chegar na loja e perguntar: ‘Tem vinho alemão?".

Serviço: Confraria In Vino Veritas - Degustação de Californianos Bonny Don, dia 23, às 19 horas. Fone (41) 3338-7519.

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