A “dura” rotina das ricas

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É impossível assistir à segunda temporada de Mulheres Ricas, (às segundas-feiras na Band, às 22h30) sem invejar pelo menos um pouquinho o vidão que as participantes do reality levam. Viagens recorrentes para fora do país, jantares nos melhores restaurantes e passar o dia fazendo compras são alguns dos "trabalhos duros" da rotina das seis participantes.

Mas o programa não fica somente em cima das futilidades, ao contrário da primeira temporada. Desta vez, a direção parece querer apostar mais nos conflitos pessoais delas – e entre elas – do que mostrar grandes ostentações. A solução para isso foi reunir no elenco pessoas completamente diferentes, mas com contas bancárias recheadas. Tem desde a empresária workaholic Cozete Gomes, dona de casas noturnas e outros diversos negócios em São Paulo, até a aspirante a cantora Aileen Kunkel, de 21 anos, cuja família é dona de um tradicional haras no Espírito Santo. Ela, aliás, vive sendo alfinetada pelas colegas (que repetem constantemente que Aileen precisa perder peso e sofisticar o guarda-roupa).

O elenco traz também Andréa Nobrega, ex-mulher de Carlos Alberto de Nóbrega (do programa humorístico A Praça É Nossa, SBT), que faz questão de ressaltar sempre os ciúmes e a possessão do ex, e Mariana Mesquita, mulher do jogador Luizão (ex-Pal­meiras e Guarani), que atuou na Seleção Brasileira. Mariana é a mãe dedicada que quer virar atriz, mas fica na dúvida se segue em frente, já que também não deseja gerar conflitos com o marido, que desaprova a profissão.

Há ainda duas participações repetidas: Val Marchiori e Narcisa Tamborindeguy. Vale assistir ao reality pelo menos para ver as atitudes hilárias de Narcisa, que se denomina como "The Face of Rio", convida as ricas para "fazer um badalo" e sai pelos lugares cantando o seu próprio funk, que começa com o seu bordão "ai que loucura". Ela também protagonizou uma das cenas mais engraçadas do programa quando, no dia do aniversário, apareceu com uma máscara facial e roupão logo após acordar, cantando "parabéns pra mim" pela casa. No entanto, Narcisa parece deslocada das outras, e deve ter aceitado fazer o programa nesta condição. Ela quase nunca vai aos eventos combinados pelo grupo e raramente critica outra participante.

Val Marchiori também tem sua graça, mas o seu papel ali é o de fazer intrigas: critica o corpo das outras participantes, acha que todas as outras não têm a sua "classe e estilo" e está sempre com os assistentes a tiracolo, que a bajulam o tempo todo. O seu "hello" no começo de cada frase também vai cansando e é impressionante a quantidade de champanhe que ela bebe. Dia desses, quando as participantes (exceto Narcisa) foram a um spa, ela foi provocada por Cozete: "Fala inglês ou só ‘hello’?" A loira se saiu bem, e respondeu que "se vira, não passa fome". Neste dia, também não se apertou e levou suas garrafas de champanhe, com receio de que o local não tivesse a bebida.

A rotina e as atitudes do sexteto podem despertar tanto a simpatia quanto a raiva do espectador. Seja qual for o sentimento, Mulheres Ricas vale ser visto por diversão, sem pretensões e análises.