A chef Rita Lobo: receitas de fato práticas e valorização cultural da comida| Foto: Panelinha/Divulgação

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Cozinha Prática

Segundas-feiras, às 20h30, no GNT. Horários alternativos ao longo da programação.

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Cozinhar, felizmente, voltou a ser um assunto mais recorrente e, aproveitando essa "moda", pipocam na televisão, principalmente nos canais pagos, programas sobre o ofício. Um dos meus preferidos é o Cozinha Prática, comandado pela chef Rita Lobo, cuja segunda temporada estreou há algumas semanas no GNT.

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O mais interessante da atração é a variação das receitas: não há uma predileção por um tipo de culinária, ou "demonização" de determinados ingredientes: Rita preza pela comida fresca e oferece um cardápio vasto, que agrada a diferentes gostos, paladares e necessidades. Por isso, é recorrente ver no programa – e também no seu portal, o Panelinha – receitas vegetarianas, sem leite ou glúten (a bola da vez no assunto alimentação). Tudo para que o espectador faça a sua escolha.

Além disso, Rita propõe soluções de fato práticas, pequenos truques que só a experiência traz, mas que são essenciais em determinadas receitas. Recentemente, ela mostrou como as reações químicas funcionam em um simples bolo de cenoura. Mais: ensinou uma maneira genial de cortar o bolo: você tira as fatias de uma forma que consegue unir a iguaria novamente. Assim, ela não resseca, e dura mais em casa.

Outro ponto do programa é valorizar os ingredientes regionais, como o milho, que virou três pratos diferentes em um episódio recente. Em outro, tratou sobre desperdício e comida saudável em uma tacada só: indicou diversas maneiras de se preparar uma marmita nutricionalmente completa, gostosa e fácil de transportar. Assim, juntando o que sobra aqui e acolá com algum ingrediente novo, dá para economizar e não depender tanto da comida feita fora de casa. Teve muita gente nas redes sociais que se manifestou dizendo que o programa era "de utilidade pública". Concordo: já passou o tempo em que cozinhar, e se dedicar a uma receita, era visto como atividade de "gente desocupada".

Cultural

Além de chef e apresentadora, Rita Lobo, que idealizou o portal Panelinha, um dos pioneiros sobre o assunto no Brasil (criado há 15 anos), também é publisher do selo homônimo, criado no ano passado. Os livros seguem a mesma linha que vejo que ela procura passar no programa: de que comida é cultura. E que, os países que respeitam as suas tradições, são mais blindados contra o fast food e os produtos ultraprocessados. Sem precisar deixar de cozinhar um bolo, um pudim ou um doce. Lembra o jeito da britânica Nigella Lawson de cozinhar (mas bem menos gulosa). Rita mostra que, com equilíbrio, dá para comer de tudo. E que com um pouco de paciência, todo mundo consegue se virar na cozinha.

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