Martinho da Vila é um dos entrevistados no documentário| Foto: Divulgação

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100 Anos de SambaCanal Brasil (66 da Net) Quando: domingos, às 21h30. Horários alternativos: quinta-feira às 14h30, e sábado, às 11h30.

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O samba é a mulher amada, o livro de cabeceira, o time do coração do Brasil. Talvez seja o maior símbolo da cultura nacional, um elemento de união entre a nossa sociedade desigual.

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Na comemoração aproximada do centenário desta instituição, o Canal Brasil produziu a série 100 Anos de Samba, com 13 episódios de vinte e cinco minutos – exibidos aos domingos, às 21h30 – que fazem o inventário histórico do gênero.

Dirigida e idealizada por Darcy Burger e com roteiro e pesquisa da dupla de jornalistas Guilherme Bryan e Tárik de Souza, o especial ouviu cerca de cem artistas para contar as muitas voltas que o samba deu. A lista de entrevistados é ampla. Difícil imaginar uma personalidade relevante – entre cantores, compositores, jornalistas e historiadores – que não tenha sido ouvida no documento.

Todos foram especialmente entrevistados (apenas Paulo Vanzolini, morto em 2013 e Elton Medeiros, com problemas de saúde, aparecem em depoimentos gravados). A série também vasculhou impressionantes e pouco conhecidas imagens de arquivo.

100 Anos de Samba é um projeto tão ambicioso (e aparentemente tão bem feito) quanto a série Jazz, dirigida por Ken Burns para a rede de tevê pública estadunidense PBS, no ano 2000.

No episódio de estreia, chamado de "O parto Miscigenado do Samba", o roteiro investigou as origens do gênero na Bahia e a sua migração para o Rio de Janeiro, muito por intervenção da famosa Tia Ciata, cuja casa, na praça Onze, centro do Rio, foi primordial para o desenvolvimento do gênero.

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As primeiras rodas na casa da baiana são tomadas, aliás, como o marco zero do gênero – e não a gravação de "Pelo Telefone", feita por Donga pelo selo Odeon em 1917. Mesmo por que, como mostram os depoimentos de pesquisadores como Nei Lopes e Muniz Sodré, já havia gravações de músicas creditadas como "samba" desde antes.

Nos episódios seguintes, os temas foram o bairro carioca de Estácio de Sá – onde figuras como Bide, Marçal e Ismael Silva instituíram as bases do gênero tal como o conhecemos até hoje –, o samba de Noel Rosa, o samba de breque e a fundação das escolas.

Outras vertentes do samba, como o partido alto, a bossa nova e o samba rock, estão no cardápio dos próximos episódios. A série também vai comprar uma polêmica com os puristas ao tratar, em pé de igualdade com outras vertentes, do pagode e do samba romântico de artistas como Raça Negra, Só pra Contrariar, Negritude Junior, Harmonia do Samba e Gera Samba.

Uma discussão bizantina, já que é impossível contar essa história sem analisar as facetas mais populares do gênero que é patrimônio histórico nacional desde 2007. A série vai até a chamada "nova geração da Lapa", e contempla até o famigerado Sambô – que grava hediondas versões de canções pop em ritmo de samba.

Como documento histórico, a série é indispensável, para ser vista e revista, por fãs do samba e interessados na história da cultura popular brasileira.

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Casa da Música

Criado em 1998 para ser "a casa do cinema brasileiro" na televisão, nos últimos anos Canal Brasil tem sido o melhor veículo de divulgação da produção e da história da música brasileira na tevê paga. Além de iniciativas como a série 100 Anos de Samba, boa parte da programação é dedicada à música – como o ótimo programa O Som do Vinil, apresentado por Charles Gavin.

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