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Bárbara Ellen (Giulia Gam): diva decadente | João Miguel Júnior/TV Globo
Bárbara Ellen (Giulia Gam): diva decadente| Foto: João Miguel Júnior/TV Globo

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Sangue Bom

A novela vai ao ar na TV Globo, de segunda-feira a sábado, às 19h20.

  • Damáris (Marisa Orth): ex-mulher inconsolável

No ar há quase quatro meses no horário das 19 horas, a novela Sangue Bom (TV Globo), de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, começou como uma espécie de Malhação repaginada. Com um núcleo de protagonistas formado por jovens atores, a trama principal segue os destinos de crianças – agora adultos – que se conheceram em um lar de adoção no bairro Casa Verde, zona norte de São Paulo.

Mas os encontros e desencontros entre Amora (Sophie Charlotte), Bento (Marco Pigossi), Malu (Fernanda Vasconcelos) e Maurício (Jayme Matarazzo), que deveriam conduzir a novela, acabaram se tornando a parte mais entediante de Sangue Bom. Os personagens Bento, Malu e Maurício formam uma sonífera trinca coxinha, enquanto Amora não convence nem como "it girl" inspiradora de tendências da moda, nem como vilã maquiavélica.

A mesma sensação de morosidade toma conta do triângulo amoroso formado por Verônica (Letícia Sabatella), Renata (Regiane Alves) e Érico (Armando Babaioff), que parece não sair do lugar desde que a novela entrou no ar. Apenas agora, depois que Érico sofreu um grave acidente que quase tirou sua vida, as complicações entre os três começaram a se desenrolar. Até que enfim!

Mesmo assim, Sangue Bom não é uma novela de se jogar fora. Diante da inércia (e falta de experiência cênica) dos protagonistas, os destaques positivos da trama ficam por conta de personagens secundárias interpretados por duas veteranas da televisão brasileira: Giulia Gam e Marisa Orth.

Giulia vive a tresloucada Bárbara Ellen, atriz decadente e canastrona que se acha uma grande diva. Dona de um enorme senso midiático, ela adotou quatro filhos para se manter nas notícias – uma delas (Luz, vivida por Aline Dias) integra um seriado de sucesso aos moldes da série Crepúsculo, no qual a madrasta já conseguiu uma pontinha. Outro deles, o pobre adolescente Kevin (Marcus Rigonatti), é usado por Bárbara em casos extremos: quando os sites de fofoca deixam de dar atenção à atriz, ela convoca coletivas de imprensa para anunciar bizarrices sobre o menino. Já inventou que Kevin é um negro resgatado de minas africanas (sendo que a pele dele é 100% áurea) e que ele é "sexualmente diferenciado" ("Mas eu não sou gay!", protestou o garoto, em vão).

Damáris, personagem da hilária Marisa Orth, também sofre de parafusos a menos. Ex-mulher de Wilson (Marco Ricca) e mãe de três filhos, é mal-educada, inadequada e cafona. Sem noção do ridículo, ela faz de tudo para reconquistar o ex-marido. Sua estripulia mais recente foi entrar no casamento do ex carregada como uma defunta enrolada em uma rede.

Tentando evitar as loucuras da patroa Damáris, o motorista Lucindo (Joaquim Lopes) também se destaca na trama. Bronco e atraente, ele emana virilidade por todos os poros: é o típico galã de subúrbio e já "passou o rodo" em metade das personagens.

A reviravolta da personagem Giane (Isabelle Drummond), corintiana roxa que virou top model, a ambiguidade do ganancioso Fabinho (Humberto Carrão) e o cinismo da assessora de imprensa Tábata Araújo (Samya Pascotto) também fazem valer o tempo em frente à tevê antes do início do Jornal Nacional.

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