Só a dobradinha Fernanda Torres e Andrea Beltrão já seria, com certeza, garantia de boas risadas. Mas os episódios criativos de Cláudio Paiva e as boas interpretações do resto do elenco de Tapas e Beijos (Rede Globo) conseguem arrancar gargalhadas frouxas de quem se senta em frente à televisão nas noites de terça-feira.
As agruras amorosas, que beiram o brega, de Sueli (vivida por Andrea) e Fátima (interpretada por Fernanda), duas amigas que trabalham em Copacabana e dividem apartamento num bairro do subúrbio carioca (Méier), rendem cenas impagáveis e, quase sempre, um barraco bem armado.
Ironicamente, o maior sonho das vendedoras de vestidos de noivas é se dar bem no amor. Enquanto uma reluta em assumir a paixão que nutre pelo ex-marido esquentadinho, a outra chora os tropeços do relacionamento com um homem casado. As figuras masculinas são Jurandir (Érico Brás) e Armane (Vladimir Brichta), respectivamente. Os dois conseguem ser tão brilhantes quanto a dupla feminina. Boa parte da graça está em ver tanto sofrimento das amigas por tão péssimos partidos: um é garçom de um restaurante libanês e o outro tem uma lojinha de quinquilharias do Paraguai. Cenas como a de Jurandir vestido de quibe servindo os clientes no Rei do Beirute, ou as enrascadas de Armane, depois de dar desculpas fajutas para a esposa oficial, são memoráveis.
Fora do quarteto fantástico, ainda tem Flávio Migliaccio, que com um sotaque primoroso vive o Seu Chalita, o libanês dono do Rei do Beirute; e Otávio Müller, dono da Djalma Noivas, que faz o patrão meigo da dupla dinâmica e o marido submisso da espevitada Flavinha (Fernanda de Freitas).
Isso sem falar na participação mais que especial de Santo Antônio (Kiko Mascarenhas). Sim, no meio de todo esse rolo, há um santo casamenteiro que se materializa para atender às preces chorosas de Sueli. A melhor das suas aparições foi no dia dos namorados, em que ele estava atolado de trabalho e num mau-humor do cão.
A novidade no elenco é o ator Fábio Assunção, que entrou na trama na última terça-feira (27), como dono da boate La Conga. O belo tem esquentado ainda mais as confusões entre os casais já atrapalhados.
Outro destaque é a abertura do programa, desenvolvida pela equipe do tão conhecido Hans Donner. Além dos tradicionais bonequinhos de bolo de casamento em situações bem engraçadas, a voz estridente e desconsertada de Joelma, da banda Calypso, casa perfeitamente com o clima bagunçado de amor suburbano e sem bom senso tão presente na série. Enfim, diante de um programa feito só de acertos, é difícil sentir falta do humor repetitivo e sem graça da trupe do Casseta & Planeta. Já foram tarde.
Serviço:Tapas e Beijos. Rede Globo. Todas as terças-feiras, às 22h20, depois de Fina Estampa.
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