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Socorro! Meu Filho Come Mal
Terças-feiras, às 21h30. GNT.
A nutricionista Gabriela Kapim já teve o nome incluso na lista de "predestinados" do colunista José Simão pelo seu sobrenome ser condizente com a profissão. Piadas à parte, o trabalho que ela tem feito no programa Socorro! Meu Filho Come Mal, cuja segunda temporada está no ar no canal pago GNT, é uma grande prestação de serviço.
A série é uma espécie de reality show que ajuda crianças a comerem melhor e terem mais consciência sobre os produtos alimentícios. Famílias pedem a ajuda da nutricionista, que vai até a casa dos participantes para entender o problema. Geralmente, as queixas são as mesmas: crianças que não experimentam novos alimentos, sobretudo verduras e legumes, ou que já estão viciadas em junk food e não querem saber de outra coisa que não seja refrigerante e alimentos industrializados.
A nutricionista é linha dura: ela traça um plano de ação com toda a família e, logo na primeira visita, faz uma limpa na dispensa, jogando fora biscoitos recheados, chocolates e afins. Também coloca três metas para cumprir: fácil, média e difícil.
Confesso que, às vezes, é um tanto irritante ver como a criançada faz birra para comer um simples prato de arroz com feijão, ou como elas não conseguem ficar sentadas enquanto comem. A nutricionista entra para reensinar o básico, inclusive aos pais: não se pede "por favor" para uma criança comer e, tampouco, se prepara uma refeição separada para que ela coma. Se não quiser, que fique com fome. A estratégia é simples e direta, mas os pais geralmente não conseguem tomar a atitude sozinhos. Com Gabriela, a "bronca" sempre dá certo.
A família toda acaba entrando na dança e a nutricionista não tem dó de dizer aos pais que a responsabilidade maior é deles. Com raras exceções, filhos que comem mal estão em casas em que toda a família não se alimenta bem. É curioso ver pais pedindo "socorro", querendo que os filhos comam verduras e legumes, mas fugindo das folhas como o diabo da cruz. É claro que sem exemplo, a criança se sente no direito de comer o que bem entende.
Receitas
Outro mérito do programa é que Gabriela ensina várias receitas nutritivas, tirando o mito de que comida saudável é "sem graça." Também leva as crianças para passeios que mostram de onde a comida vem, incentiva a atividade física e lembra que hábitos simples que tínhamos no passado, como o de sentar à mesa em família para as refeições, são essenciais, e devem ser resgatados.
No final do programa, ela volta para dar o veredito e ver se a criança, de fato, cumpriu as metas. Mesmo entre trancos e barrancos, as famílias conseguem atingir os objetivos.
Socorro! Meu Filho Come Mal, não poderia estar em exibição em um momento melhor: neste ano, pela primeira vez, estatísticas mostraram que metade dos brasileiros está acima do peso. Entre as crianças, uma em cada três tem sobrepeso dado proporcionalmente igual ao dos Estados Unidos, o país com a maior população obesa do planeta. O caminho que Gabriela aponta no programa é relativamente simples, mas requer deixar o comodismo das comidas prontas de lado e voltar a dedicar mais tempo para as panelas, e, consequentemente, para os filhos.
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