Sátiras de família

Idosos que são jogados em um "poço de piche", o amigo que aconselha o outro a fazer a "dança do acasalamento" e um bebê que tem como principal gosto infernizar o pai e provocar os irmãos. Esse é um breve resumo da série Família Dinossauros, que teve enorme sucesso nos anos 1990, e agora está de volta para os saudosos, no Canal Viva.

A atração, que estreou no Brasil na Tevê Globo, em 1992, foi produzida pela Disney em parceria com a Jim Henson Productions. Na época, bordões da série, como "Querida, cheguei!" e "Não é a mamãe!", tornaram-se mania.

O cotidiano da família Silva Sauro, formada por grandes répteis, é a base das histórias. Apesar de se passar nos tempos pré-históricos, a família tem costumes da classe média norte-americana. Logo, o contexto é uma saída para criticar e satirizar certos hábitos.

O patriarca, Dino, trabalha derrubando árvores e tem um chefe carrasco – uma ironia com o modelo de trabalho. Um tanto "bobalhão", se derrete pela família e acata as recomendações de Fran, uma dona de casa que trabalha para manter o lar em ordem e dar conta dos três filhos: Bobby, Charlene e Baby.

O primogênito, Bobby, é responsável, mas desafia os costumes dos mais velhos e as visões tradicionais – já Charlene faz o papel da adolescente bitolada, que se interessa somente por fazer compras, paquerar os rapazes e ouvir música.

Baby

O caçula é o principal elemento dos episódios: é ele quem provoca no momento das principais discussões em família, coloca o pai em situações embaraçosas e bota "lenha na fogueira" quando os irmãos mais velhos brigam. Por outro lado, Baby endeusa a mãe, e também se "aproveita" de sua bondade.

Não é à toa que a série se tornou um clássico: dentro da rotina da família, são discutidos temas tabus, como sexo, drogas, homossexualidade e racismo. Tudo com bastante humor e ironia.

Assistir a Família Dinos­sauros não é só um retorno divertido ao tempo, mas faz pensar em quanto a televisão se "encaretou" ao longo das décadas: provavelmente, assuntos falados na série jamais poderiam ser tratados da mesma forma hoje.

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