Com 50 filmes, começa a nona edição do Curta 8

A um ano de chegar a sua décima edição, o Curta 8 começa hoje no Teatro da Caixa com todo o fôlego – e já pedindo por mais dias de duração e um espaço que acomode um público maior. Ao todo, serão exibidos cerca de 50 filmes, de seis países, todos realizados no clássico Super 8, formato cinematográfico que resiste em um momento em que, tanto na captação de imagens quando na projeção de filmes, a tecnologia digital parece se impor como um caminho quase sem volta.

O diálogo com o digital existe, é preciso dizer. Parte dos filmes, embora captados em película Super 8, são finalizados em suporte digital. Mas o festival também inclui títulos montados na moviola, recorrendo ao método mais tradicional de edição.

Como vem ocorrendo nos últimos anos, filmes em tomada única são o destaque do festival. Tratam-se de curtas-metragens realizados com apenas um cartucho, e rodados sem edição posterior, na ordem narrativa estabelecida pelo roteiro. O diferencial está no fato de que tanto o público quanto os realizadores verão seus trabalhos pela primeira vez durante o festival.

A maioria do títulos incluídos na mostra Tomada Única é resultante de oficinas gratuitas que antecedem o evento, realizadas nos meses de junho e julho, em Curitiba, Campinas e Rio de Janeiro. Neste ano, contudo, há um diferencial importante: a mostra não inclui apenas alunos e realizadores iniciantes. O Curta 8 convidou diretores mais experientes a realizar trabalhos nesse formato e escolheu produções de cinco coletivos brasileiros de cinema e arte: Filmes de Plástico (Minas Gerais), Filé de Peixe (Rio de Janeiro), Filmes do Caixote (São Paulo), Mau Mau (Pernambuco) e Laborilha (Santa Catarina).

Pela primeira vez em sua trajetória, o Curta 8 teve neste ano participação em um outro evento. Organizou a mostra Desbunde, com trabalhos em tomada única de realizadores, de diversas partes do país, em parceria com o Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo. Segundo Leandro Bossy, um dos idealizadores do festival e responsável (ao lado de Pedro Merege) pela curadoria das mostras competitivas, os diretores fizeram seus filmes dentro dos moldes criativos mais livres do chamado Cinema do Desbunde dos anos 1970, surgido na esteira da contracultura dos anos 1960.

Programação

Confira o que está previsto na mostra:

Hoje

18h30 – Sessão competitiva: filmes finalizados em digital

20h – Cerimônia de Abertura

20h30 – Sessão competitiva: filmes em tomada única

21h10 – Debate com os realizadores presentes, mediado por Fábio Allon

Amanhã

18h30 – Mostra paralela Claudinê Perina Camargo

19h30 – Debate com Claudinê Perina Camargo, mediado por Lila Foster

20h30 – Sessão competitiva: filmes em tomada única

21h10 – Debate com os realizadores presentes, mediado por Fábio Allon

Sábado, dia 5

18h30 – Mostra paralela Desbunde

19h30 – Debate com os realizadores presentes, mediado por Fábio Allon

20h30 – Sessão competitiva: filmes em tomada única

21h10 – Debate com os realizadores presentes, mediado por Fábio Allon

Domingo, dia 6

16h – Dia do Filme Caseiro

18h30 – Mostra paralela de coletivos, em tomada única

19h30 – Debate com os realizadores presentes, mediado por Fábio Allon e Lila Foster

20h30 – Cerimônia de premiação e encerramento