Se ainda existe o problema de atrair público para espetáculos contemporâneos, a noite de terça-feira deu uma colher de chá e lotou plateia e primeiro balcão do Guaíra para essa linguagem. Cinderela, do Balé Teatro Guaíra, que havia estreado em agosto passado com apenas quatro apresentações, fez a abertura de honra do Festival de Teatro, que vai até 5 de abril.
A ideia de tornar atual esse tema dos contos de fadas, tradicionalmente clássico, foi do coreógrafo espanhol Gustavo Sansano, convidado pelo Guaíra para desenvolver uma obra inédita com o grupo.
Com cenários e figurinos do início dos anos 60, a gata borralheira se lamentou, serviu às irmãs postiças, encontrou seu príncipe (um milionário) e o conquistou ao dançarem, mas tudo com os movimentos do idioma contemporâneo: no lugar de volteios redondinhos e graciosos, gestos angulosos, por vezes até imitando afazeres cotidianos, como varrer o chão.
A fada madrinha surge numa grande televisão na figura de um homem barbado, que levou a plateia aos risos ao provar as opções de vestido de baile para sua afilhada.
Em resposta, o público pareceu aprovar especialmente o bailado da madrasta, feita por um bailarino homem, e das duas irmãs atrapalhadas, que realmente estavam fantásticas. Nos movimentos dos três, o “corpo feio” da dança contemporânea virou caricatura e ficou mais fácil de ser absorvido.
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