Num meio como o cinema, em que o excesso de imagens e a saturação dos sentidos se confunde com qualidade, fazer um filme com apenas uma foto pode parecer insuficiente.
Baba 105 o vencedor da primeira edição do Festival de Finos Filmes Curtos, realizado em maio em São Paulo demonstra como um mínimo de recursos pode provocar um volume máximo de emoções. O curta, com roteiro, animação e direção assinados por Felipe Bibian, conecta dois blocos. De um lado, visível, vê-se a foto de uma senhora lituana de 105 anos. No avesso da imagem, uma anotação datada de 1967 registra "Vovó, já com 105 anos, mas ainda muito bem". Trata-se de um documentário em primeira pessoa ou de ficção? Não importa.
A memória que evoca não se distingue da imaginação que reconstitui a figura materna carregada de afetos. Os filmes não são, em parte, histórias contadas que cada espectador guarda na forma de emoções, mas se sente incapaz de reconstituir no todo ao recontar? Assim, Baba 105 ensaia o cinema.
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