Desde 1994, ano de lançamento do primeiro CD do Weezer, mais conhecido como Blue Album, que a banda liderada pelo esquisito Rivers Cuomo vem acumulando uma legião de fãs brasileiros e servindo como principal influência de dezenas de bandas indie em todas as regiões do país. Grande parte desses fãs iniciados deve vir a Curitiba no próximo sábado, 24, data em que o quarteto de Los Angeles faz sua única apresentação latino-americana no Curitiba Rock Festival.
Mas, mesmo após ouvir os fatos listados acima, o vocalista, guitarrista e autor de todas as músicas do grupo, se mostrou bastante desconfiado quanto à popularidade do Weezer em solo tupiniquim, durante entrevista concedida ao Caderno G, direto de seu apartamento de apenas um quarto, na metrópole da Califórnia. "Eu sempre quis ir ao Brasil, porque acho a cultura fascinante, mas eu não sei como é nossa base de fãs aí. Tenho de ver para crer. Outro jornalista me disse as mesmas coisas, mas acho muito difícil acreditar que somos populares no Brasil", duvida.
Após o lançamento de Make Believe, quinto álbum da banda, em maio, o Weezer acaba de cair na estrada, dividindo uma extensa turnê norte-americana com o Foo Fighters. O único show do quarteto na América Latina, em Curitiba, só foi possível graças a uma semana de folga decorrente do casamento de Taylor Hawkins, baterista da banda de Dave Grohl, e à mudança de data por parte da organização do festival, que condicionou a época de realização do evento à disponibilidade do Weezer. Tanto esforço deve ser recompensado com um repertório formado pelos maiores hits da banda, além de algumas surpresas. "Vamos tocar nossas músicas mais populares e, provavelmente, fazer algo diferente. Talvez eu toque algumas canções em formato acústico e talvez a gente troque de lugares para que os outros caras da banda cantem alguma coisa", adianta, revelando ainda planos de interpretar um cover de alguma música que agrade aos brasileiros".
Falando baixo, pouco e com grandes intervalos entre cada frase, Rivers Cuomo revela fazer jus ao estereótipo de nerd atribuído a ele por nove de cada dez revistas especializadas. Entre os poucos assuntos que causaram em Rivers alguma empolgação durante a entrevista, pelo menos dois não tinham nada a ver com música: futebol e meditação. O esporte mais popular do Brasil, é, aliás, responsável pelo melhor momento da "carreira futebolística" do vocalista. "Um dos momentos favoritos de toda a minha vida foi quando o time dos EUA venceu o do Brasil. Foi em 1998, em Los Angeles. Eu estava lá com meus amigos, e o placar ficou em 1 X 0. Foi incrível, porque o Brasil é o melhor time de todos os tempos", elogia.
Adepto, desde 2003, da meditação vipassana técnica descoberta por Buda há mais de 2.500 anos e perpetuada por monges da Birmânia , Rivers não passa um dia sem meditar pelo menos duas horas, em momentos diferentes: ao acordar e, quando em turnê, logo após as passagens de som. Segundo o músico, a técnica, sugerida pelo produtor de Make Believe, Rick Rubin, teve grande influência nas composições da banda, pois o ajudaram a segurar seu ego.
"Acho que minha mente ficou mais relaxada e espontânea. Passei a me arriscar mais facilmente e tentar algo diferente enquanto componho. Acredito que tenho menos ego agora. Os outros caras podem contribuir mais nas canções. O processo todo de composição ficou muito mais dinâmico e espontâneo", explica.
Rivers, que concordou em excursionar com a turnê de Make Believe apenas até o final de 2005, não faz previsões quanto a um novo trabalho da banda. Seus planos para o futuro incluem terminar sua graduação em Língua Inglesa, que cursa na prestigiosa Universidade de Harvard, e dedicar-se à meditação e a trabalhos voluntários no Vipassana Meditation Center, em Massachusetts, do qual é freqüentador. "Cada vez fico mais interessado em ser universal e alcançar o maior número de pessoas que puder com a minha música. Não quero tocar apenas para um determinado grupo seleto, de pessoas cool ou inteligentes, não me importo mais com isso. Música é apenas mais uma maneira de eu servir às pessoas, ajudá-las a serem felizes, inspirá-las e espalhar boas vibrações", filosofa.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas
Deixe sua opinião