O vocalista norte-americano Adam Lambert, acompanhou os remanescentes do Queen.| Foto: PILAR OLIVARES/REUTERS

O grupo Queen - ou melhor, o que restou dele - fez o show de encerramento da primeira noite do Rock in Rio, na madrugada de sábado (19). Acompanhados pelo vocalista norte-americano Adam Lambert, vice-campeão do “reality show” musical “American Idol”, os remanescentes do Queen - o guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor - tocaram 23 músicas por duas horas para uma plateia calorosa, que ama tanto a banda que prestigiaria qualquer cantor que viesse. Pode botar Queen + Joelma do Calypso que venderia os mesmos 85 mil ingressos.

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Adam Lambert tem ótima voz e se esforça muito para fazer um bom show: corre pelo palco, tenta animar a plateia com piadinhas manjadas, faz juras de amor ao Brasil e até apareceu com uma coroa de brilhantes na cabeça para cantar “We Are the Champions”. Mais importante: não tenta imitar o carismático e adorado Freddie Mercury, morto em 1991. E nem poderia: ninguém tem a combinação de carisma, senso de humor “camp”, teatralidade e presença de palco de Mercury.

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O resultado, apesar de todo o esforço de Lambert, lembra uma banda “cover” do Queen. Claro que é uma banda “cover” muito boa, contando com a ajuda de Rufus Tiger Taylor, filho de Roger Taylor e baterista da banda The Darkness, como segundo baterista.

Mesmo sem Freddie Mercury, o show é divertido. Afinal, ninguém consegue arruinar totalmente um repertório de clássicos como “Don’t Stop Me Now”, “Another One Bites the Dust”, “We Will Rock You”, “Bohemian Rhapsody”, “Under Pressure” e “Love Of My Life”. É muita música boa junto.

Não interessa se essas canções pop extraordinárias foram apresentadas em versões pouco inspiradas e comuns. O público aplaudiu mesmo assim e se emocionou com as inúmeras menções a Freddie Mercury, especialmente quando o cantor apareceu no telão durante “Bohemian Rhapsody”. Brian May chegou a pedir à plateia que cantasse “Love of My Life” para Freddie. Foi mais um tributo a um artista morto, nesse festival que há anos vem explorando a necrofilia musical.

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