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Bortholossi à frente da Orquestra Curitiba Sinfônica | Divulgação
Bortholossi à frente da Orquestra Curitiba Sinfônica| Foto: Divulgação

DVD

Compositores Paranaenses: Vol. 1 – Henrique de Curitiba

Orquestra Curitiba Sinfônica. Independente. R$ 20. Disponível no site curitibasinfonica.com e nas Lojas Leve Curitiba.

A ideia que deu origem ao DVD Compositores Paranaenses: Vol. 1 – Henrique de Curitiba, que começou a ser vendido na semana passada no site da Orquestra Curitiba Sinfônica, vai além do resgate da obra do importante músico paranaense que foi Henrique Morozowicz (1934-2008).

Parte de uma série que deve contemplar Bento Mossurunga (em 2013) e Waltel Branco (em 2014), a gravação de três obras para orquestra de cordas de Henrique de Curitiba ("Evocação das Montanhas [Poema Sonoro]", "Serenata Noturna" e "Concerto ao Solar do Barão") materializa um desejo que o regente do grupo, Daniel Bortholossi, trouxe consigo quando voltou a morar na capital paranaense, em 2010.

Motivado por experiências bem-sucedidas à frente da Orquestra de Câmara de Blumenau (SC) e em trabalhos na Europa, o maestro curitibano quis fundar uma orquestra que dialogasse mais com o público de hoje e rompesse com uma atmosfera sisuda que ainda persistiria na música clássica.

"É uma experiência diferente das que vemos em orquestras ainda muito calcadas no modelo consolidado no século 19: a pessoa entra no teatro em silêncio, com medo de levar pito de quem já está ali", diz, por telefone, o maestro Bortholossi, descrevendo a experiência de um concerto tradicional.

"Acreditamos num modelo de mais contato com o público, mais proximidade", diz o regente e diretor artístico da Orquestra Curitiba Sinfônica, que estreou em 2011, formada por um núcleo de 16 instrumentistas.

Daí a orientação para as gravações do DVD, de acordo com o músico, ter sido a opção por uma linguagem visual mais ágil e envolvente, que remetesse a um videoclipe e aproximasse os músicos do espectador, e a inclusão de um documentário extra que mostraria "o homem por trás da obra" de Henrique de Curitiba.

A preocupação se aplica, sobretudo, aos concertos. "Ao se perceber o esvaziamento das plateias [nos concertos de música clássica], pode-se fazer a pergunta: o que está havendo para uma coisa tão bonita não estar mais sendo interessante para as pessoas? O que acontece é que o século 21 é uma época de mudanças muito rápidas", diz Bortholossi. "Temos que achar formas de valorizar a música ao vivo – o que é o grande diferencial de um espetáculo de orquestra: o calor da música acústica, feita por instrumentos."

Público

A proposta, de acordo com Bortholossi, não se limita ao público que frequenta eventos no Castelo do Batel – a "sede" da Orquestra Curitiba Sinfônica (o maestro voltou a Curitiba a convite dos proprietários do local, com a proposta de fazer do palacete um espaço cultural).

"Acho que pode servir para a cidade de uma forma geral, porque se trata de criar um público novo", diz. "É um público que tem maior poder aquisitivo, mas isso não é o fator preponderante. A questão é que se trata de um público que não está acostumado a ir a concertos."

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