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A apresentação de Travesties dia 19 de março, no Guairão, vai marcar mais do que a estreia da peça. É também a primeira direção de Caetano Vilela no comando da Cia. Ópera Seca – sem Gerald Thomas, enquanto dure a crise artística que atingiu o encenador a ponto de anunciar seu divórcio definitivo do teatro. Vilela foi diretor-assistente de Thomas no início dos anos 2000 e passou a última década se dedicando ao gênero operístico.

Teria sido o próprio Thomas, segundo o ex-assistente, quem o encorajou a assumir a companhia, antes que a extinguisse. "Mas não vou mudar meu estilo de direção por causa da companhia", diz Vilela. "Entrei por uma afinidade imensa com o Gerald: estética, a paixão pela ópera, a paixão por Richard Wagner." Diferença entre os dois artistas é que Thomas era o dramaturgo de suas montagens, mesmo quando trabalhava com a matéria-prima de um Shakespeare, enquanto Vilela não faz questão de interferir a tal ponto na obra alheia que escolheu montar.

Ele comprou os direitos da peça "mais difícil" do dramaturgo inglês Tom Stoppard depois de descobrir que Rock & Roll, sua primeira opção, já estava em produção por Felipe Vidal. Travesties (nome que se refere a um gênero teatral de paródia, como é Irma Vap) foi escrita em 1970 como uma farsa política sobre o papel da arte na transformação social, no contexto histórico da revolução Russa. Faz de James Joyce, Lênin, o poeta Tristan Tzara e o ator Henry Carr personagens reais que se juntam aos fictícios de A Importância de ser Prudente, de Oscar Wilde. (LR)

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