Detalhes
Confira algumas informações sobre Curitiba Zero Grau
- O filme é o segundo longa-metragem do diretor Eloi Pires Ferreira (foto).
O primeiro foi O Sal da Terra, de 2008. Curitiba Zero Grau está em fase final de edição de som. Sem data prevista para a estreia, poderá ser exibido a partir do ano que vem.
- No elenco estão os atores Jackson Antunes, Edson Rocha, Lori Santos e Diegho Kozievitch.
- A produtora titular do filme é a Tigre Filmes, dos cascavelenses Talício Sirino e Salete Machado. Como coprodutores estão a Labo Vídeo, de Eloi Pires Ferreira e Marcos Cordiolli, e J. Olímpio.
Para maiores informações, o site do filme é www.curitibazerograu.com.br.
O cinema paranaense está em boa fase. Porém, apenas graças a equipes criativas e cooperativas, "que vestem a camisa", como afirma o diretor Eloi Pires Ferreira. Foi o que ocorreu em O Sal da Terra, primeiro longa-metragem sob sua direção, lançado em 2008, e agora no filme Curitiba Zero Grau, projeto em fase de finalização.Essa criatividade é definida pelo cineasta como a capacidade da equipe trabalhar com um orçamento abaixo do necessário. Segundo ele, os incentivos públicos estão defasados. Curitiba Zero Grau ganhou o Prêmio Estadual de Cinema e Vídeo em 2008, financiando o projeto em R$ 1 milhão. "Para produzir um filme como esse, precisaríamos de pelo menos o dobro", afirma. Ferreira não diminui a importância dos incentivos, mas diz que os investidores precisam entender que cinema é uma atividade estratégica. Além de gerar emprego, resgata e consolida os elementos culturais do país, divulgando-o internacionalmente. O Sal da Terra, por exemplo, foi exibido em diversos países. Na França, ganhou o prêmio de melhor filme no Festival Europeu de Filmes Espirituais de 2009.
Além disso, o diretor aponta as dificuldades de exibição e distribuição. "A cópia de um longa-metragem pronto, em 35 mm, custa cerca de R$ 7 mil." Segundo ele, para uma carreira razoável, são necessários pelo menos R$ 500 mil, metade do que foi gasto para produzi-lo. Ferreira também afirma que os apoiadores devem lançar um olhar mais atento ao fato de que poucos filmes chegam ao circuito comercial. "O cinema tornou-se muito elitizado e o acesso é restrito. Precisamos é popularizá-lo, com preços e os espaços de exibição mais acessíveis, que favoreçam cada vez mais o público."
Com todas as dificuldades, Ferreira afirma que há um forte movimento de regionalização do cinema brasileiro, impulsionando a produção paranaense em cidades como Cascavel, Londrina e Maringá, além da capital. Prova disso foi a parceria formada em Curitiba Zero Grau, entre as produtoras Tigre Filmes, de Cascavel, a curitibana Labo Vídeo e o produtor J. Olímpio.
Estreia
O novo filme do diretor deve demorar um pouco mais para entrar em cartaz. A previsão inicial da estreia era para o dia 29 de março, aniversário de Curitiba, mas o longa só vai estrear nos cinemas a partir do segundo semestre.
A razão para o adiamento é que o filme, para concorrer em festivais, precisa ser inédito, explica o diretor. Inscrevê-lo nas principais mostras do país significa aumentar sua visibilidade. Por enquanto, os interessados podem conferir as principais informações sobre a produção no site do filme.
O filme conta a história de quatro personagens envolvidos pelo trânsito: um motoboy, um vendedor de automóveis, um motorista de ônibus e um catador de papel. Segundo Ferreira, o filme trata de relações humanas. "Fala sobre como a atitude de alguém pode influenciar na de outras pessoas".
"A intenção é mostrar um outro Brasil, ou um Brasil que muitos não conhecem o paranaense", explica. À exceção do ator Jackson Antunes, toda a equipe é local. O diretor diz que Curitiba é um manancial de bons atores e técnicos, e que isto está colaborando muito para o audiovisual brasileiro.
DVD
O Sal da Terra já está disponível em DVD, à venda nas livrarias Curitiba. Segundo o diretor, houve uma procura grande pelo filme durante uma série de exibições itinerantes promovidas por um dos patrocinadores.
As sessões, que ocorriam em postos de gasolina, tinha como principal público os caminhoneiros. Ferreira lembra que eles saíam emocionados das sessões, identificados com o protagonista, um padre caminhoneiro.