Programa
Confira as obras que serão tocadas no concerto deste domingo:
Márcio Steuernagel - Da Cúpula Sonhou-se o Palácio da Luz (estreia)
Heitor Villa-Lobos (18871959) - Bachianas Brasileiras Nº 3
Robert Schumann (1810-1856)- Sinfonia Nº 2
Concerto
Orquestra Sinfônica do Paraná
Teatro Guaíra (Pça. Santos Andrade, s/nº), (41) 3304-7900. Dia 28, às 10h30. R$ 20.
O programa que a Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) apresenta neste domingo, às 10h30, no Guairão, é um encontro de origens: o maestro, Alpaslan Ertüngealp, é turco, e conduz a orquestra paranaense nas obras de um alemão e dois brasileiros, com solo da conceituada pianista carioca Linda Bustani (veja o serviço completo da exposição no Guia Gazeta do Povo).
O mais novo deles faz com que o concerto também seja um salto de épocas. Ao lado de Robert Schumann (1810-1856) e Heitor Villa-Lobos (1887-1959), o jovem compositor radicado em Curitiba Márcio Steuernagel, maestro-assistente da OSP e regente titular da Filarmônica da UFPR terá a obra Da Cúpula Sonhou-se o Palácio da Luz apresentada pela primeira vez.
"Viajaremos cerca de 170 anos no tempo", observa Ertüngealp, referindo-se aos anos que separam a Sinfonia N.º 2 de Schumann, de 1845, e a obra de Steuernagel, composta em comemoração ao centenário da UFPR em 2012. "No todo, é muito interessante e colorido. As obras não dialogam entre si. É como um buquê de flores cada uma com diferentes cheiros e cores. E é isso o que faz o concerto mais emocionante para a plateia", diz o maestro, que rege pela primeira vez na América do Sul.
O premiado Ertüngealp, desde 2011 assistente do renomado maestro italiano Claudio Abbado, diz que se trata de um programa pouco usual. A Bachianas Brasileiras N.º 3, de Villa-Lobos, será regida pelo turco pela primeira vez (fator que não o intimida, já que, conforme contou à reportagem, suas influências da música brasileira remontam aos primeiros anos de estudo de piano). A obra de Schumann também seria tocada com pouca frequência. E a obra de Steuernagel, "agradável e com ideias muito boas", se notabiliza por ser uma estreia. "Espero que ela possa ser repetida ao fim do concerto, como se fazia há 200 anos, quando o público pedia que a estreia fosse tocada pela segunda vez para ser melhor entendida", diz.
Estreia
Da Cúpula Sonhou-se o Palácio da Luz, originalmente prevista para estrear no ano passado sob regência de Krzysztof Penderecki, é uma peça curta, de cerca de dez minutos, e foi inspirada pelo antigo prédio da UFPR, que tinha uma cúpula.
A obra tem duas partes: a primeira, "difusa", conforme explica o compositor, apresenta técnicas novas para os instrumentos da orquestra. "É quase impressionista", explica Steuernagel.
Na segunda, os mesmos elementos se estruturam em uma arquitetura musical mais sólida.
"Embora as técnicas possam soar estranhas, em última instância é uma peça com estrutura bastante tradicional", explica o compositor.
"A coisa de a música nova ser agressiva, muito dissonante, já passou. Muito disso remete aos anos 1950, 1960. Hoje, já é uma questão de generosidade do público, de estar disposto a ouvir", diz.
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