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Curitiba volta a ter, a partir deste mês, uma grande série de concertos internacionais de música erudita. A cidade será a quinta sede no país dos Concertos BankBoston, que já têm apresentações em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Brasília. Nesta temporada, serão seis programas, todos no Guairinha. "Com nossa chegada a Curitiba, atingimos quase todos os centros importantes do Sudeste e do Sul", afirma Roberto Ring, diretor-artístico da série.

A temporada anunciada pela organização será diversificada. Há desde música do Renascimento até uma obra importante de Pierre Boulez, um dos mais revolucionários compositores do século 20. Há um concerto para violino solo com obras de Johann Sebastian Bach e um programa em homenagem a Schubert. Há um concerto para trompa, piano e violino – uma formação raríssima na música clássica – e o formato mais tradicional de câmara, o quarteto de cordas.

O primeiro concerto, no próximo dia 23, será com o contratenor canadense Daniel Taylor. Os contratenores são um tipo raro de cantor hoje em dia. Eles têm um timbre quase feminino de voz. Em séculos passados, esse registro era exclusivo dos castrati, cantores que eram castrados na adolescência para que sua voz permanecesse aguda, sem amadurecer. Taylor é um dos raros cantores que conseguem ter o mesmo tipo de voz depois da extinção dos castrati.

O programa que ele apresentará é dividido em duas partes. Na primeira, ele cantará John Dowland (1563 –1626) acompanhado por um alaúde. Embora seja pouco tocado hoje, Dowland é um dos compositores mais importantes da história da Inglaterra. Na segunda parte do concerto, o cantor interpretará, já acompanhado de um piano, composições de Mahler, Gluck e Haendel, entre outros.

O segundo concerto, agendado para 30 de junho, reúne a trompista Marie Luise Neunecker, a violinista Antjee Weinthaas e a pianista Silke Avenhaus. As três tocam um repertório romântico, com obras de Schumann e Brahms e entram no século 20 com Ravel e dois compositores pouco conhecidos: o francês Charles Koechlin e o alemão Volker Kirchner.

Ousadias

Para Roberto Ring, uma das vantagens da série é a possibilidade de fazer pequenas ousadias na programação. "Prova disso é que vamos ter alguns compositores como Kirchner e Boulez", afirma ele. A obra de Boulez escolhida para a série é o Livro para Quarteto. A interpretação será do Quarteto Parisi, que já tem parcerias com o próprio Pierre Boulez no currículo. "Eles vão tocar as duas primeiras partes da obra. Até porque, acreditamos que a música contemporânea tem que ser bem dosada, para não cansar o público", afirma.

A programação da série também prevê oficinas para instrumentistas da cidade. No entanto, ainda não se definiu quais dos músicos convidados farão as aulas. A organização pretende anunciar os nomes e as datas dos cursos em breve.

Até o momento, estão sendo vendidos apenas pacotes para quem quiser assistir aos seis concertos do ano. A assinatura custa R$ 160 para o público regular e R$ 105 para clientes BankBoston. O telefone para compra é (41) 3253-0003. A partir da próxima semana, já deverá haver a venda avulsa das entradas para o primeiro concerto. Cada ingresso custará R$ 36. Estudantes e idosos pagam R$ 18.

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