Assim como no ano passado, a produção nacional de cinema teve novamente uma safra interessante de filmes em 2006, boa parte deles lançada nos recentes Festival do Rio e Mostra de São Paulo O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias (Cao Hamburger), O Céu de Suely (Karim Aïnouz), Proibido Proibir (Jorge Durán) e O Cheiro do Ralo (Heitor Dhalia); os dois primeiros já entraram em cartaz nos cinemas.
A expectativa é que a boa temporada se confirme no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que abre sua 39.ª edição na próxima terça-feira, na capital federal. A última grande mostra de cinema do ano vai apresentar seis produções inéditas e tem como destaque maior o aguardado Baixio das Bestas, segundo longa-metragem do pernambucano Cláudio Assis, do radical Amarelo Manga, grande vencedor do evento candango em 2002.
Assis conta a história de Auxiliadora, menina que vive em um canavial nordestino e é explorada pelo avô. A trama gira em torno das complicadas e arcaicas relações de poder da comunidade local. O cinema do pernambucano visa incomodar o espectador abordando temas polêmicos (como a produção infantil no caso de Baixio das Bestas) e situações extremas. No elenco do filme estão nomes conhecidos do cinema nacional, como Matheus Nachtergaele, Caio Blat, Marcélia Cartaxo e Dira Paes, além da revelação Hermila Guedes (de O Céu de Suely e Cinemas, Aspirinas e Urubus).
Outras duas ficções estão na mostra competitiva de longas do Festival de Brasília. Querô, do estreante Carlos Cortez, é baseado no romance Querô, uma Reportagem Maldita, do dramaturgo e escritor Plínio Marcos. Assim como o filme de Assis, tem temática pesada falando de tráfico de drogas e corrupção. O elenco destaca Ailton Graça, Ângela Leal, Maria Luisa Mendonça e Milhem Cortaz. Já Batismo de Sangue, de Helvécio Ratton, é ambientado em Minas Gerais, no final dos anos 60. O filme aborda um tema recorrente no cinema brasileiro: a luta armada contra a ditadura militar. Caio Blat, Daniel Oliveira, Cássio Gabus Mendes e Ângelo Antônio comandam o elenco do novo longa do diretor de Uma Onda no Ar e Amor & Cia.
Documentários
Há algumas semanas, o diretor Júlio Bressane retirou Cleópatra da competição de Brasília por não ter conseguido finalizar a produção a tempo da estréia no evento. A ficção será substituída pelo documentário Jardim Ângela, novo trabalho de Evaldo Morcarzel (Do Luto à Luta) que aumenta ainda mais o espaço do gênero na mostra candanga, confirmando o bom momento pelo qual passa o gênero no Brasil. O filme do diretor carioca radicado em São Paulo focaliza a inserção social e cultural que está acontecendo no Jardim Ângela, bairro que já foi o mais violento da capital paulista.
Completam o certame de longas-metragens os mais recentes filmes de veteranos documentaristas. Encontro com Milton Santos ou o Mundo Global Visto do Lado de Cá, de Sílvio Tendler (Glauber, o Filme Labirinto do Brasil), trata da globalização a partir do pensamento do respeitado geógrafo brasileiro. Em O Engenho de Zé Lins, Vladimir Carvalho (O País de São Saruê) apresenta a vida e a obra do escritor paraibano José Lins do Rego.
As competitivas de curtas-metragens terão 12 filmes em 35mm e 21 em 16mm o Paraná não teve filmes selecionados nessas categorias.
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