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Matheus Souza ajudou a atualizar a trama da peça teatral que marcou o público jovem dos anos 1990 | Divulgação
Matheus Souza ajudou a atualizar a trama da peça teatral que marcou o público jovem dos anos 1990| Foto: Divulgação
  • Cena de Apenas o Fim, longa premiado no Festival do Rio
  • Confissões de Adolescente ganha repaginação para o século 21

Matheus Souza é um menino prodígio. Com apenas 20 anos, em 2008, ganhou o prêmio do público de melhor filme no Festival do Rio, uma das mais importantes vitrines do cinema brasileiro, com a original comédia romântica Apenas o Fim e, desde então, já realizou outros dois longas-metragens: a animação Não Deixe a Júlia Ir Embora? e a ficção Não Faço a Menor Ideia do Que Eu Tô Fazendo da Minha Vida, ambos em fase de pós-produção.

"Fiz Apenas o Fim quando estava no segundo ano da faculdade. Muita gente da minha turma tentava produzir curtas e eu decidi que queria outra coisa, e parti logo para um projeto de longa, com poucos personagens e locações e muitos diálogos", conta Souza, que viu seu filme também ser premiado na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e rodar festivais ao redor do mundo, como o de Roterdã e o de Miami.

O diretor, contudo, não se restringe apenas ao cinema. Aos 23 anos, ele também encontra tempo e disposição para se dedicar ao teatro, arte que descobriu ainda na adolescência quando estudou no lendário Tablado, escola de artes cênicas fundada pela dramaturga e diretora Maria Clara Machado, no Rio de Janeiro.

Por conta do que viu em Apenas o Fim, o cineasta e autor teatral Domingos de Oliveira o chamou, há dois anos, para uma empreitada e tanto: remontar o espetáculo Confissões de Adolescente, fenômeno dos palcos e da televisão nos anos 90, escrito pela filha de Oliveira, a também atriz Maria Mariana, baseada em suas experiências pessoais. O resultado poderá ser visto na semana que vem em Curitiba, no Teatro Regina Vogue, onde essa versão repaginada da peça será apresentada.

Atualização

Levar Confissões de Adolescente de volta ao palco, no entanto, não se limitava apenas a dirigir uma simples remontagem do espetáculo. Retrato vivo das teens na última década do século 20, o texto original tinha ficado datado. Ao assistir Apenas o Fim, retrato sensível do relacionamento de um jovem casal no século 21, interpretados por Erica Mader e Gregório Duvivier, Oliveira percebeu que, pela naturalidade dos diálogos e pelo frescor das situações retratadas, havia encontrado em Souza um diretor e um roteirista capaz de dar nova roupagem à peça da filha.

"O Domingos me disse que viu muitos pontos em comum entre o trabalho dele, que havia dirigido a montagem original, e o meu, como a preocupação com os diálogos, com a dimensão humana dos personagens", conta Souza. Mas, para que Confissões de Adolescente fizesse sentido e tivesse o impacto de sua montagem original, o diretor, com a ajuda da atriz e escritora Clarice Falcão, teve de fazer um trabalho de pesquisa, mergulhando no universo jovem atual.

Pesquisa

Dentre as medidas tomadas, Souza e Clarice prepararam um longo questionário de 117 perguntas sobre os mais diversos aspectos da vida de uma adolescente nos dias atuais. Foram abordados vários temas, de família a sexo, do uso de drogas às práticas de consumo. E as descobertas foram muitas.

No início da década de 90, tempos nos quais a internet e os telefones celulares não existiam para 90% jovens, havia o mito do primeiro beijo, romantizado até as últimas consequências, acalentado, sonhado. "Hoje em dia, a gente vê a garotada de 11, 12 anos se beijando em público, no shopping, não precisa nem ser no escuro do cinema", constata Souza, que cita até mesmo a mudança no gosto desse público quando o assunto é cinema de animação. "Aquela história de filmes de princesa mudou depois do Shrek. Até a Turma da Mônica teve de adolescer."

Longas

Inquieto, Matheus Souza pretende, até o fim do ano que vem, apresentar seus dois novos longas em festivais e, se possível, lançá-los. A animação Não Deixe a Júlia Ir Embora conta, nas palavras do jovem diretor, "a história de um cara que acorda todos os dias com uma frase na cabeça: ‘Não deixe a Julia ir embora’, só que ele nunca conheceu nenhuma garota com esse nome". O tal sujeito é dublado pelo prório cineasta. Já Não Faço a Menor Ideia do Que Eu Tô Fazendo da Minha Vida gira em torno de uma garota, vivida por Clarice Falcão, que está na faculdade e tenta entender o sentido da vida. No elenco, Daniel Filho, Leandro Hassum, Gregório Duvivier e o curitibano Alexandre Nero.

Serviço:

Confissões de Adolescente. Direção de Matheus Souza. Dias 30 de setembro, às 21 horas, 1.º de outubro, às 21 horas; e 2 de outubro, às 19 horas, no Teatro Regina Vogue (Shopping Estação – Avenida Sete de Setembro, 2.775). (41) 2101-8292. R$ 50 (inteira) e R$ 25. Meia entrada para estudantes, doadores de sangue, professores, espectadores acima de 60 anos e leitores da Gazeta do Povo, mediante a apresentação da carteirinha do Clube do Assinante – para a compra de até 2 ingressos.

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