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Três caçadores urbanos prestes a se aposentar protagonizam o documentário Caminhão de Cavalo, de Adriano Justino, selecionado pelo edital da Petrobrás Cultural deste ano para a produção de filmes em mídia digital.

Giló, Vanderley e Daniel são laçadores que saem com o chamado "caminhão de cavalo" para resgatar animais de grande porte – cavalos, bois e caprinos – encontrados soltos nas ruas de São Paulo. "Quero partir do trabalho dos laçadores para discutir a ação da natureza sobre a cidade", revela Justino, que, desde agosto de 2006, tem pesquisado o tema e, no começo deste ano, passou um tempo acompanhando o trabalho dos laçadores.

Um grande animal solto em uma cidade como São Paulo funciona como uma espécie de indagação sobre a relação homem/ animal, explica o diretor, que é também jornalista da Gazeta do Povo. "A cidade é a materialização dessa luta", conclui.

Caminhão de Cavalo é o terceiro trabalho documental dirigido por Justino. Em 2003, ele partiu de um fato histórico – um conhecido boxeador de Curitiba que vendeu uma luta nos anos 60 – para construir seu primeiro curta-metragem, O Rei Está Doente.

No ano seguinte, ele participou do primeiro DOC-TV, edição Paraná, com o telefilme Comunidade do Sutil, que parte da biografia do educador baiano Anísio Teixeira para construir um relato de viés antropológico. Justino afirma que o trabalho como repórter contribui para encontrar bons temas de documentário: "No jornalismo, a gente ‘tropeça’ o tempo todo com assuntos interessantes, bons personagens, etc."

Outros contemplados

O programa Petrobrás Cultural seleciona todos os anos projetos de diversos segmentos culturais para patrocínio através da Lei Rouanet. Seis paranaenses foram selecionados entre os 7.392 projetos inscritos. Além dos dois projetos na área audivisual – Meu Medo, de Murilo Hauser, e Caminhão de Cavalo, de Adriano Justino –, foram selecionados projetos para teatro, criação literária e formação e educação para as artes.

O coletivo Companhia Brasileira de Teatro – Projeto Vida, que pesquisa a linguagem cênica, apresentou um projeto de novo espetáculo que envolverá a obra do poeta curitibano Paulo Leminski. Na área de criação literária, a poeta Josely Vianna Baptista propôs um livro de poesias que tematiza elementos da cultura indígena do oeste do Paraná, no projeto Roça Barroca.

Dois projetos foram aprovados na área de formação e educação para as artes: Pedro e o Choro, uma produção de livro e CD sobre o choro; e Ficção Viva, do Projeto Olho Vivo, que visa a profissionalização, pesquisa e difusão das linguagens audiovisuais.

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