
Paulínia (SP) - Uma comédia de erros. Isso traduz bem o que foi a cerimônia de premiação do segundo Festival Paulínia de Cinema, na última quinta-feira (16). Enquanto o prefeito da cidade, José Pavan Jr. (DEM), lidava com a cassação de seu mandato, determinada naquele mesmo dia pela Justiça Eleitoral, devido à acusação de compra de votos nas últimas eleições, em outubro de 2008, o evento de cinema criado pela Secretaria de Cultura do pequeno município paulista, e já considerado um dos mais importantes do país, corria desgovernado.
O casal de atores Murilo Benício e Guilhermina Guinle, apresentadores do evento, não tiveram jogo de cintura para contornar a falta de um cerimonial que os assessorasse. Uma falha no teleprompter com o qual se guiavam produziu uma sucessão de falhas na hora de apresentar os filmes vencedores, que incluiu a omissão do vencedor da categoria de melhor direção de curtas nacionais, Érico Rassi, pelo filme Milímetros.
Murilo tentou amenizar a irritação da platéia com piadas, muitas delas, indelicadas. Com a necessidade de apressar o passo para não atrasar o show de encerramento da banda Paralamas do Sucesso, o casal ia chamando os premiados no palco, cumulativamente, tumultuando o espaço. "Entra na fila, aí!", dizia Murilo.
A surpresa, ao menos para boa parte da crítica, veio com a premiação do impactante, mas problemático, Olhos Azuis, de José Joffily, como melhor filme de ficção, e o completo esquecimento do autoral No Meu Lugar, de Eduardo Valente (o longa recebeu apenas a estatueta de melhor atriz coadjuvante, para Nívea Magno). O drama de Joffily, que tematiza a xenofobia, colecionou, ainda, os troféus de melhor som, montagem, roteiro, ator coadjuvante (Irandhir Santos) e atriz (Cristina Lago, dividindo com duas outras atrizes).
Depois de Olhos Azuis, o segundo filme mais premiado na categoria ficção foi a produção gaúcha Antes Que o Mundo Acabe, de Ana Luiza Azevedo, vencedora dos troféus de melhor direção, figurino, trilha sonora, direção de arte e fotografia, além do prêmio da crítica.
Documentários biográficos, tão em voga nos últimos anos, agradaram mais ao paladar do público e do júri. Este último premiou como melhor filme da categoria Só Dez Por Cento É Mentira, de Pedro Cezar (Fábio Fabuloso), que faz bom uso da invenção para dialogar por imagens com a obra do poeta mato-grossense Manoel de Barros.
A repórter viajou a convite do Festival Paulínia de Cinema.
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