Falta pouco. No próximo domingo (28), em Los Angeles, serão conhecidos os vencedores do Oscar, a principal premiação da indústria cinematográfica. Por mais que não seja exatamente a qualidade que determina os vencedores, para quem gosta de cinema é sempre divertido comparar os concorrentes, discutir com os amigos e fazer as apostas sobre quem deve levar as estatuetas.
Para você não ficar por fora, listamos a seguir as oito produções que disputam o prêmio principal, de melhor filme, e damos nossos palpites sobre porque cada um deve ou não ser consagrado como vencedor. Lembrando que em Hollywood é preciso mais do que ser um bom filme para ser premiado.
O diretor Alejandro Iñarritu narra a saga de Hugh Glass (Leonardo DiCaprio), um explorador do século 19 abandonado após ser atacado violentamente por um urso. Mesmo ferido, parte para se vingar dos homens que o deixaram para trás e mataram seu filho. 12 indicações.
Por que ganhar: Iñarritu fez um filme tecnicamente impecável, usando filmagens em ambientes inóspitos, com luz natural e, por muitas vezes, dispensando truques de estúdio.
Por que não ganhar: no ano passado Iñarritu arrebatou o Oscar de melhor filme por “Birdman”. Nunca na história a Academia consagrou por dois anos seguidos uma obra do mesmo diretor.
Trinta anos depois de “Além da Cúpula do Trovão”, George Miller retomou a saga do herói que busca a sobrevivência em um mundo pós-apocalíptico. Tom Hardy assume o papel de Max, mas quem rouba a cena é a Imperatriz Furiosa (Charlize Theron), que lidera uma rebelião. 10 indicações.
Por que ganhar: aos 70 anos, George Miller conseguiu revolucionar o cinema de ação ao fazer um filme eletrizante aplicando um volume mínimo de efeitos de computação.
Por que não ganhar: filmes de ação nunca tiveram muita simpatia dos membros da Academia, que acabam relegando-os às categorias técnicas.
Matt Damon vive o astronauta que integra uma missão para Marte e, durante uma retirada de emergência, é deixado para trás. Inicialmente dado como morto, precisa arranjar soluções para sobreviver em território marciano. 7 indicações.
Por que ganhar: com o veterano Ridley Scott na direção, o filme segue uma fórmula bem-sucedida em Hollywood: a história de heroísmo com doses de aventura, dramaticidade e comoção.
Por que não ganhar: mais um que pode ser prejudicado pelo gênero – ficção científica, muitas vezes marginalizada. Injustamente, diga-se de passagem.
O filme de Tom McCarthy reconstrói a investigação jornalística que, entre 2001 e 2002, levou a público um escândalo envolvendo a Diocese de Boston, revelando uma série de abusos sexuais cometidos por padres. 6 indicações.
Por que ganhar: histórias reais sempre são bem vistas pela Academia, que gosta de exemplos edificantes (no caso, uma imprensa corajosa).
Por que não ganhar: o filme opta por uma abordagem mais realista, apostando em personagens humanizados e sem trilha sonora chorosa. Resumindo, pode ser sisudo demais para o Oscar.
Steven Spielberg reconstitui a história de James Donovan (Tom Hanks), advogado encarregado de defender um espião soviético preso pela CIA durante a Guerra Fria, que se torna um negociador junto aos comunistas. 6 indicações.
Por que ganhar: Steven Spielberg é um cara que nunca pode ser ignorado, não apenas pelo prestígio, mas pelo talento. Ainda mais fazendo dobradinha com Tom Hanks.
Por que não ganhar: a indicação ao Oscar foi até uma surpresa, dada a repercussão pequena que o filme acabou tendo.
Com humor e linguagem dinâmica, Adam McKay desvenda a crise econômica que quebrou os Estados Unidos em 2008 enfocando um grupo de investidores que anteviu a bolha imobiliária e se arriscou “apostando” contra o sistema. 4 indicações.
Por que ganhar: além de um elenco afiado, o filme conta com um roteiro eficiente, que consegue abordar um assunto complexo de forma envolvente.
Por que não ganhar: apesar do tratamento diferenciado, o tema crise econômica ainda pesa contra o filme e pode assustar os votantes.
Após permanecerem presos em cativeiro durante anos, mãe e filho (Brie Larson e Jacob Tremblay) conseguem escapar e precisam se adaptar a uma nova realidade. 4 indicações.
Por que ganhar: apesar de tratar de um tema pesado, o filme usa com eficiência um expediente que Hollywood adora: desenvolver o drama pelos olhos de uma criança.
Por que não ganhar: é a produção mais independente entre todos os concorrentes, o que significa que não dispõe do mesmo aparato de marketing dos demais. E, acredite, isso tem um peso enorme na disputa.
Na década de 1950, uma jovem (Saoirse Ronan) deixa a Irlanda para viver em Nova York, onde se encanta e arruma um namorado. Quando a família pede que retorne, ela fica dividida entre dois mundos distintos. 3 indicações.
Por que ganhar: há quem diga que existe uma cota britânica no Oscar e, nesse ano, esse é o representante. Com méritos, já que é um drama histórico que faz jus à tradição de bons exemplares do gênero.
Por que não ganhar: os dramas britânicos parecem já não encantar como antes a Academia, que tem privilegiado outros gêneros.
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