Em um área tão diversificada quanto a das artes visuais, um balanço anual não poderia deixar de ser assunto de alguma divergência. O Caderno G conversou com alguns estudiosos e artistas do meio para saber o que de mais interessante e significativo aconteceu na programação de exposições em 2005.
Segundo o crítico Paulo Reis, avaliar uma mostra não envolve apenas o "peso" do artista, mas inclui fatores de conjunto, como as escolhas curotariais, aspectos do espaço expositivo (como iluminação) e textos de apresentação, entre outros detalhes. "Nesse sentido, não gostei muito da exposição sobre Bispo do Rosário, que me pareceu poluída. Já vi a obra dele tratada de forma mais interessante", exemplifica.
Entre mostras de grande porte e orçamento, Reis lembra das dedicadas à Antoni Tapiès e Jesús-Rafael Soto, ambas no MON. "A do Tapiès é interessante, porque mostra a potência do artista. A do Soto é uma das mais amarradas, com curadoria de Paulo Venâncio, estabelecendo uma conversa do construtivo do artista com o construtivismo brasileiro e da América Latina", elogia. Entre os brasileiros, Reis destaca a mostra de Farnese de Andrade, também exposta no MON, que realçou o "barroquismo e seu lado metafísico e religioso" por meio da iluminação e encadeamento das obras.
Nas exposições de menor porte e orçamento, Reis destaca os trabalhos de Debora Santiago e Alex Cabral na Galeria Ybakatu e a mostra de Tony Camargo na Casa da Imgem (que pode ser visitada até fevereiro). "Elas revelam bem a continuidade de pesquisa desses três artistas", argumenta.
Marco Mello, galerista da Casa da Imagem e historiador da arte, reitera elogio à mostra de Soto, e escolhe a exposição dedicada às obras de Bispo do Rosário como a mais marcante. "Fui mais de 20 vezes", afirma Mello, que discutiu a obra em questão em um ensaio no primeiro número do jornal Preto no Branco, lançado no segundo semestre. Tanto Reis quanto Mello lembram de duas exposições de Eliane Prolik, a primeira chamada Simultâneas Passagens, em parceria com a artista Bernadete Amorim, na Casa Andrade Muricy, e a segunda, Noutro Lugar, realizada no MON, um registro sobre os seus 20 anos de produção da artista.
Respondendo ao convite da reportagem, Prolik preferiu escolher dez acontecimentos importantes nas artes visuais da cidade em 2005. Elencou o trabalho de Tony Camargo na Casa da Imagem, a exposição de esculturas de José Loureiro na Galeria Ybakatu, a intervenção na Rua Nilo Peçanha realizada por Cleverson Salvaro, as exposições de Roy Lichtenstein, Droog Design e Bispo do Rosário no MON. Também destacou a mostra Nano Intervenção, reunindo mais de 120 realizadores em seu próprio ateliê, a mudança de formato do Salão Paranaense e os diálogos com representantes do Rumos do Itaú Cultural e da Bienal de Cuba, Cristina Tejo e Ibis Hernandez.
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