Antologia
48 Contos Paranaenses
Organização e prefácio: Luiz Ruffato, Selo Biblioteca Paraná, 390 págs., Contos. Distribuição gratuita para bibliotecas públicas de todo o estado (os livros não serão vendidos)
Quarenta e oito autores e uma história de pouco mais de cento e cinquenta anos. A editora Biblioteca Paraná acaba de editar uma antologia de contos que constrói um inédito painel da produção local do gênero no estado desde 1853.
Organizado pelo escritor Luiz Ruffato, o livro 48 Contos Paranaenses é uma seleção de prosadores de vozes e tempos muito diferentes que serve como uma demonstração de força do conto local.
As ficções curtas, aliás, parecem ser o gênero literário predominante desde a "maturidade literária" do estado, algo que teria acontecido, segundo Rufatto anota no prefácio do livro, no final do século 19.
Talvez por conta de seu formato, apropriado para as muitas revistas e jornais literários que brotaram na aridez editorial paranaense.
As grandes editoras nacionais não publicaram nossos romances, nossas editoras não conseguiram fazê-los chegar muito longe.
Um pouco também porque o gênero é muito apropriado para experimentações e textos com ênfase na linguagem talvez a mais marcante característica da literatura paranaense, em especial, a da capital.
Muito, é claro, pelo aparecimento de Dalton Trevisan, um dos maiores operadores do gênero na literatura mundial e que influenciou absolutamente tudo o que lhe sobreveio. Dalton está presente com o clássico "Rita Ritinha Ritona".
Antes, na primeira metade do século 20, segundo Ruffato, "uma única personalidade se destacou: Newton Sampaio (1913-1938)". Sampaio está presente com o conto "Quinze Minutos".
Ausências
Posicionando os contos por ordem alfabética, a curadoria contemplou desde autores pioneiros como Andrade Muricy, Jayme Balão Junior e Nestor Victor hoje mais famosos como nomes de logradouros do que por sua ficção. Há nomes da nova geração, como Thiago Tizzot e Cezar Tridapalli, passando por figuras que conseguiram repercussão nacional, como Manoel Carlos Karam, Miguel Sanches Neto e Wilson Bueno.
Algumas ausências são sentidas, como as de Jamil Snege e de Paulo Leminski que cometeram muitos e ótimos contos ambos por questões que envolvem a administração de seus respectivos direitos autorais.
Entre os destaques do livro, além dos citados e infalíveis Dalton e Sampaio, há textos instigantes de Luiz Henrique Pellanda ("O Buque") e Luci Collin ("Nome: Omen") e excelentes de autores pouco lidos e injustiçados como Wilson Rio Apa ("O Tesoura da Nica, A Sonhenta") e Sérgio Rubens Sosséla ("Sangrada Família").
Os livros têm tiragem de mil exemplares, que serão distribuídos gratuitamente para todas as bibliotecas públicas do Paraná.
Ótimo, pois uma boa antologia é fundamental para quem quiser e precisar pesquisar a literatura produzida no Paraná. Por outro lado, uma pena, pois limita o alcance que a comercialização permitiria. De qualquer forma, indispensável. GGGG
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