Programação
Confira os temas das palestras e leia mais sobre os convidados
Hoje - Jornalismo É Literatura? O Choque das Duas Escritas, com Roberto Muggiati, jornalista, escritor e tradutor. Ex-editor da revista Veja e colaborador da Gazeta do Povo. Autor de Blues: da Fama à Lama e Rock O Grito e o Mito.
Amanhã - Olhar e Escuta: Jornalismo sobre a Extraordinária Vida Comum, com Eliane Brum. Jornalista e documentarista, Eliane é repórter especial da revista Época e autora de A Vida Que Ninguém Vê.
Quinta-feira - Biografismo: Reflexões sobre as Escritas da Vida, com Sérgio Vilas Boas. Escritor e professor do curso de pós-graduação em Jornalismo Literário da ABJL/TextoVivo. É autor de Perfis: e Como Escrevê-los.
Nas mãos da gaúcha Elian Brum, pessoas anônimas viraram protagonistas de histórias reais. As narrativas, publicadas originalmente no jornal Zero Hora, foram reunidas em A Vida Que Ninguém Vê, livro vencedor do prêmio Jabuti de melhor reportagem em 2007. O mineiro Sérgio Vilas Boas é cofundador da Academia Brasileira de Jornalismo Literário e um dos responsáveis por difundir o gênero no Brasil. Autor do recém-lançado Biografismo: Reflexões sobre as Escritas da Vida, o jornalista também guarda seu Jabuti na estante, conquistado em 1998 com Os Passageiros do Trem N. Roberto Mugiatti colaborador constante da Gazeta do Povo e ex-editor da revista Veja é jornalista há mais de meio século e tradutor. O curitibano é uma das maiores referências nacionais em jazz e blues. Capitaneado por esse trio, acontece a partir de hoje, na UniBrasil, o 1.º Encontro entre Jornalismo e Literatura. As palestras, sempre às 19 horas, seguem até quinta-feira.
"A ideia é proporcionar uma discussão sobre onde jornalismo e literatura se encontram, já que há interesses bem fortes nessa área em ambos os cursos [Letras e Jornalismo]", explica Maura Martins, coordenadora do curso de Jornalismo da UniBrasil.
Eliane Brum interrompeu seu almoço para atender à reportagem. Disse que, de Curitiba, só conhece o aeroporto; e que jornalistas são condicionados a reprimir seus olhares. "Eu escrevo sobre pessoas comuns. Minha ideia é de que não existem vidas simples, mas sim olhos domesticados", diz Eliane, hoje repórter da revista Época.
"Temos que fazer o bom jornalismo, aquele que apura não só o que as pessoas falam, mas também o silêncio, a textura e o cheiro das coisas para criar uma complexidade do real. Com tanta informação, é possível fazer um texto tão bom que parece ficção", conta."
Em sua palestra de amanhã, muitas histórias sobre personagens e reportagens. E a jornalista gaúcha dá a sua receita para a construção de um bom repórter: olhar e escutar. "Nós jornalistas não podemos nos iludir pelo aparentemente comum. É preciso sair das coberturas ordinárias. É preciso ir além", explica.
Eliane é também autora de O Olho da Rua, coletânea de dez grandes reportagens que trazem uma espécie de making of. "Estão lá meus dilemas, meus impasses e também meus erros. É importante discutir isso", conta Eliane, que em seu trabalho recria com sucesso o chamado jornalismo literário. O gênero surgiu no começo do século 20 e ganhou força nos Estados Unidos nos anos 1960, principalmente com publicações em série na revista The New Yorker.
Para Sérgio Vilas-Boas, o modelo jornalístico que empresta características da literatura pode ser uma alternativa e um diferencial aos jornais impressos. "O simples diário datado já não dá mais conta e não surpreende mais. Os diferenciais que podem existir são as análises, as críticas e os resgates históricos. Outro é o retorno da narrativa: pessoas reais na razão de ser das matérias", explica Vilas Boas, que ressalta o retorno de Gay Talese ao Brasil como sinal claro da importância e da atualidade da discussão. O jornalista norte-americano, autor de Fama & Anonimato, estará presente na sétima edição da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), que acontece entre os dias 1º e 5 de julho.
A palestra do mineiro será baseada em sua última obra (Biografismo: Reflexões sobre as Escritas da Vida), mas haverá pitadas sobre outras interrelações entre jornalismo e literatura. "Haverá um pouco de literatura de não-ficção, além de visões possíveis sobre os encaixes entre essas áreas hoje", finaliza.
Serviço
1º Encontro entre Jornalismo e Literatura. De 3ª à 5ª, às 19h. UniBrasil (R. Konrad Adenauer, 442), (41), 3361-4259. As inscrições custam R$ 10, são válidas para os três dias de palestra e podem ser feitas pelo blog do evento: http://jornalismoeliteratura.wordpress.com. Simultaneamente às palestras, será realizada uma feira do livro-reportagem, que estará aberta para a divulgação de obras de acadêmicos e profissionais da área.
Justiça do Trabalho desafia STF e manda aplicativos contratarem trabalhadores
Parlamento da Coreia do Sul tem tumulto após votação contra lei marcial decretada pelo presidente
Correios adotam “medidas urgentes” para evitar “insolvência” após prejuízo recorde
Milei divulga ranking que mostra peso argentino como “melhor moeda do mundo” e real como a pior
Deixe sua opinião