O escritor e jornalista José Castello se considera um "livre leitor", da mesma forma como alguém pode se considerar um livre pensador. Isso porque o carioca radicado em Curitiba desde 1994 diz ler sempre desarmado de teorias literárias. "A minha leitura é assistemática. Não procuro aplicar teorias nos livros que leio. Sou mais interessado em explorar os sentimentos e as impressões que eles me trazem", afirma, em entrevista por telefone à Gazeta do Povo.
Autor dos romances Fantasma (2001) e Ribamar (2010, vencedor do Prêmio Jabuti de melhor romance), coletâneas de contos, crônicas e da biografia Vinicius de Moraes: O Poeta da Paixão (1993), Castello já passou pelas redações do Jornal do Brasil, O Estado de S. Paulo e escreveu para as revistas IstoÉ, Veja, Playboy, entre outros veículos, e passa a publicar suas críticas literárias a partir de amanhã, na edição dominical do Caderno G, na Gazeta do Povo. Exercício, aliás, que pratica regularmente há mais de 20 anos, desde que se tornou editor dos suplementos Ideias Livros e Ideias Ensaios, publicados pelo Jornal do Brasil sob seu comando de 1989 a 1991.
Entretanto, Castello diz não ter tanta certeza de que faz crítica literária propriamente dita. "Minha formação é muito mais de leitor comum. Os grandes críticos literários brasileiros, a quem eu admiro, são pessoas que optaram por fazer um percurso acadêmico em letras, ao passo que a minha formação é inteira em jornalismo", pondera.
Mesmo assim, sua coluna semanal no jornal carioca O Globo, A Literatura na Poltrona, publicada no caderno Prosa e Verso, cativa o leitor por esse diálogo sem distâncias. Prova disso é o livro Sábados Inquietos, uma seleção de cem das mais de 250 colunas publicadas por Castello em O Globo, a ser lançado em 2013 pela editora Leya. A razão para isso é a relação intimista de investigação interior, característica tanto de suas crônicas quanto de sua ficção. "Ler um livro é como embarcar em uma viagem, e escrever uma crítica é como voltar de viagem e escrever uma carta a um amigo contando minhas impressões, minhas experiências sobre essa viagem. No final, o meu texto é uma conversa de leitor para leitor."
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