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Repercussão

Conversas e “causos” nas coxias

Alunos, antigos colegas de radionovelas, parceiros de trabalho nos palcos. Todos contam experiências e "causos" que partilharam com Lala Schneider e não escondem a tristeza com o vazio que ela deixará nas artes cênicas do Paraná.

George Sada, ator, diretor e dramaturgo da Cena Hum Cia. de Teatro, também foi um daqueles alunos dedicados de Lala. "A conheci na época da faculdade, em 1988. Nós sempre tivemos uma proximidade muito grande, uma relação de respeito e carinho. Sempre a admirei pelo grande nome que foi e é dentro do teatro paranaense e pela sua garra quando dizia: 'Quero estar até o meu último dia de vida ligada ao teatro'".

Sada conta que ela foi uma das principais pessoas a incentivá-lo a permanecer trabalhando em Curitiba. "Um dia que me marcou muito foi quando eu, nos últimos tempos de faculdade, já um pouco descrente, dizia querer ir embora da cidade. Lala foi a primeira a me incentivar a ficar. Dizia que eu tinha muito a fazer aqui, que eu tinha uma missão a cumprir. Dito e feito. No ano seguinte, eu logo comecei a dar aulas e iniciei meus projetos para abrir uma escola de teatro", diz.

A longa trajetória da atriz passou pelas radionovelas da década de 40, quando o rádio vivia sua época de ouro no Brasil. O ex-ator de radionovela, Chacón Júnior, relembra com saudosismo os mo-mentos vividos com Lala: "Convivi muito com Lala durante a época da radionovela. Desde que a conheci, em 1957, fizemos por muito tempo o Teatro da Rádio Clube Paranaense. Num dos episódios, o sonoplasta confundiu a faixa do disco e colocou no ar, ao invés do som de um tiro, o mugido de uma vaca. O ator, que estava prestes a matar o vilão da peça, habilmente, soltou a frase: 'Não adianta se esconder atrás da vaca, que eu te mato mesmo assim'. O episódio rendeu muitas gargalhadas a todos do elenco".

O ator Ary Fontoura, também revela ter tido bons momentos com Lala nas radionovelas da Rádio Colombo e no grupo de teatro experimental do Teatro Guaíra. "Lala teve uma oportunidade grande aqui no Rio de Janeiro. Fez uma novela na Rede Globo (Felicidade, de Manoel Carlos), na década de 80, mas a saudade dos familiares e do convívio com os paranaenses a fizeram voltar para a terra natal. Sempre foi uma pessoa muito batalhadora, que dividia seu conhecimento com todos que a rodeavam", conta Fontoura.

O ator e dramaturgo João Luiz Fiani, que em 1993 batizou seu teatro com o nome da atriz paranaense, disse ter especial carinho por Lala, que, de certa forma, o iniciou no meio artístico. Fiani revela que estava há algum tempo trabalhando no texto de uma peça em homenagem à vida da atriz: "Os planos eram de já começar a ensaiar em maio", conta o artista, comovido. "Convivo com ela desde os meus 15 anos. Ela foi minha primeira professora de teatro. Tínhamos uma amizade muito forte, de mais de 28 anos".

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