Carmo Dalla Vecchia com pinta de Ozzy Osbourne. Reynaldo Gianecchini quase irreconhecível ao estilo vovô. Marília Gabriela bem vitoriana, vestida de Rainha de Copas. E um Cauã Reymond feminino, travestido de Courtney Love.
SLIDESHOW: Veja algumas fotos do livro "Público"
As imagens vivas e interessantes são só algumas entre os 142 belos registros de Público, primeiro livro a reunir um pouco da experiência de 25 anos do paulistano Jairo Goldflus atrás das lentes e que mostra muitas celebridades de um jeito diferente, por vezes inusitado.
O método de trabalho exige paciência e uma boa conversa. O que, definitivamente, não é um problema para o fotógrafo. O papo é inteligente e agradável e ele tem a calma de um oriental tanto que demorou três anos para assimilar a ideia de publicar um livro.
Jairo diz que gosta mesmo é de conversar e só quando sente o momento certo da naturalidade e da essência da pessoa, decide clicar. "É uma conversa fotografada. Eu passo uma hora e meia batendo papo e, se der, rola uma foto. Eu costumo dizer que nesse tempo de conversa, existe só 5 minutos para fotografar, que é aquele momento exato em que a pessoa está relaxada, natural e vai mostrar um algo a mais do que já se está acostumado a ver, uma estranheza no bom sentido, algo bem dela", explica o fotógrafo.
A intensidade e a expressividade das fotos reunidas no livro podem ser explicadas pelo simples fato de elas não terem sido tiradas para serem publicadas. Em seu trabalho de mais de 8 anos com celebridades, Jairo sempre terminava suas sessões fotográficas com um registro diferente, que ele adicionava à coleção de mais de 180 imagens nas paredes de seu estúdio. "Era uma coisa que eu fazia para mim. Por isso demorei tanto para decidir fazer o livro, porque achava que era uma coisa tão particular. Sem contar que, para mim, sempre estava faltando alguém, sempre tinha uma pessoa que eu ainda queria fotografar", conta.
Casado há 11 anos com a atriz Gabriela Duarte, Jairo está acostumado com as celebridades e, mais que isso, sente-se à vontade com elas, porque gosta de pensar que são só pessoas com trabalhos interessantes. "Nunca tive ídolos, mas sim pessoas que admiro. Então, eu tenho uma relação muito natural com celebridades. Não tem ninguém que eu tremeria para fotografar, porque eu não temo as pessoas, o que me importa é a obra delas e quanto interessante é o que elas fazem", diz.
Entre as fotos produzidas para o livro, há também retratos mais simples, como o que mostra o sorriso de Chico Buarque ou a elegância intelectual de Luis Fernando Verissimo. "O critério foi não ter critério. Tinha gente que eu tinha ideias de vestir de um jeito diferente, colocar uma produção, outras não era o caso", afirma. O renomado fotógrafo Sebastião Salgado, por exemplo, que Jairo fez questão de ir ao Pantanal para conhecer e acompanhar o trabalho, ganhou o foco no rosto como escolha para a publicação. "Os olhos do Salgado têm muito significado. Eu não podia fazer dele qualquer outra pessoa. Tinha que ser só ele", explica o paulistano.
Veja algumas fotos do livro "Público"
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