Uma das principais características do balé clássico é a leveza, a suavidade. A estréia nesta semana do novo espetáculo de Marila Veloso e Olga Nenevê é mais uma prova de que, na dança contemporãnea, nem sempre esses são os ideais buscados. Violência Violada traz, já no título, as marcas da pesquisa feita pelo grupo. O tema é a violência do cotidiano de uma cidade grande, em seus vários aspectos, incluindo aí a autoviolência. O projeto foi aprovado pelo Prêmio Funarte Petrobrás de Fomento à Dança.

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O espetáculo foi construído dentro do sistema de intérpretes-criadores. Ou seja: a partir da idéia inicial concebida pelas diretoras, cada um dos bailarinos pôde propor caminhos diferentes a ser tomados. A idéia era de que os cinco dançarinos selecionados para participar da coreografia colocassem em cena as suas experiências de vida, a própria visão de violência. Às vezes, isso era expresso de maneira impactante. Outras, de maneira suave.

Para acompanhar a dança, as diretoras encomendaram a música ao compositor Demian Garcia. Ao invés de fazer uma trilha sonora tradicional, porém, ele optou por colocar sons e silêncio alternadamente, dando espaço para que, em alguns trechos, os movimentos dos bailarinos se tornassem independentes do acompanhamento musical.

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Durante a temporada tradicional, nos palcos, o grupo pretende fazer também uma sessão extra. Será dentro do presídio do Ahú, em Curitiba, para um público composto de detentos. A apresentação estava marcada para o fim de fevereiro, mas precisou ser adiada por problemas na casa de detenção. A nova data ainda não está confirmada pela direção da cadeia. (RWG)

Serviço: Violência Violada. Casa Vermelha (Largo da Ordem, s/nº), (41), 3321-3300. Concepção: Marila Velloso. Direção: Marila Velloso e Olga Nenevê. Com Eduardo Giacomini, Gladis Tridapalli, Leonardo Taques, Marila Velloso e Rosemeri Rocha. De quarta a sábado às 21 horas e domingo às 19 horas. Ingressos a R$ 10 e R$ 5 (idosos, estudantes e bônus). Até 12 de março.