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Fole, de Michelle Moura, parte da respiração | Nacho Correa/Divulgação
Fole, de Michelle Moura, parte da respiração| Foto: Nacho Correa/Divulgação
  • Um Pedaço do Buraco, de Elisabete Finger, é destinado a crianças

Um edital de dança convoca artistas para discutir... o fato de a dança contemporânea ser hoje pautada por editais. O bate-papo sobre esse assunto controverso encerrará no dia 15 a Mostra Rumos Dança, em cartaz no Itaú Cultural, em São Paulo.

Entre os participantes, o curitibano Ricardo Marinelli debaterá o que ele considera ser um "estágio de platô". "Pedimos por muito tempo por financiamento, e agora conseguimos, mas nos subordinamos ao que os programas pedem", explicou, em conversa com a Gazeta do Povo.

Pensando em questões como essa, criadores paranaenses ou radicados em Curitiba apresentam amostras de suas pesquisas durante a Mostra Rumos Dança.

Ontem, a coreógrafa Mari­­­la Velloso mostrou o painel As Possibilidades que o Corpo Tem de Alterar e Reconfigurar os Lugares que Habita, ao lado de João Fernandes (AM), no que foi definido como um dossiê visual.

No próximo dia 15, será a vez das parceiras no extinto coletivo Couve-flor (do qual Marinelli também participou), Michelle Moura e Elisabete Finger. Fole, de Michelle, pesquisa as alterações emocionais e psicológicas causadas por alguma atuação física. Como sugere o título, a artista trabalha com a respiração, realizada de forma muito intensa. "Comecei a caminhar por excessos, indo a lugares extremos", explica Michelle.

Com orientação do dramaturgo carioca Alex Cassal, ela terá em sua apresentação uma performance musical de Rodrigo Lemos (da banda curitibana Lemoskine) e iluminação de Fábia Guimarães.

A pesquisa de Elisabete também lida com questões essenciais da criação em dança contemporânea, mas num formato para crianças.

"Trabalhamos com a sensorialidade e a sensibilidade, além do imaginário infantil, que ainda é aberto", conta a criadora de "Um Pedaço do Buraco". Ela utiliza em cena um cubo com um orifício que tudo engole -- inclusive os bailarinos, além de outros objetos lúdicos."Buracos são frestas para se olhar através, passagens para cair dentro, são portais para outros mundos", explica a sinopse da peça."Os bailarinos podem apresentar sua pesquisa na fase em que está", conta a gerente do Núcleo de Artes Cênicas do Itaú Cultural, Sonia Sobral. "Alguns trazem só exercícios, mostram vídeos, falam de onde partiram e onde chegaram."

As artistas do ex-Couve-­flor foram contempladas com bolsas para a realização de suas pesquisas – o que, como será debatido na mesa sobre políticas culturais, se mostra hoje como um dos únicos possibilitadores da dança contemporânea brasileira.

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