O dia em que a terra parou: monstros do bem contra o alienígena do mal| Foto: Divulgação

Existe algo hoje que pode ser definido como o "efeito Pixar". O estúdio que John Lasseter criou com Edwin Catmull e Steve Jobs em 1986 é responsável pela produção das animações Wall-E, Ratatouille, Carros e de outros seis longas-metragens e 16 curtas.

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Por causa de desenhos geniais como esses listados acima, o sujeito vai ao cinema para ver Monstros vs. Alienígenas, em cartaz a partir desta sexta-feira, e sai frustrado. Mas o filme não é ruim. Uma homenagem às produções baratas de terror dos anos 1950, ele é bom e divertido. Até certo ponto.

A frustração se explica porque, depois de ver uma animação com qualidades técnicas evidentes e uma história envolvente – em alguns casos, arrebatadora –, assistir a uma produção tecnicamente boa, mas que não liga muito para o conteúdo, acaba sendo um pouco entediante. É o efeito Pixar.

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O estúdio DreamWorks tenta (Shrek), tenta (Espanta-Tubarões), tenta (Por Água Abaixo), mas não consegue ser páreo para a Pixar. Monstros vs. Alienígenas começa mostrando o dia do casamento de Susan Murphy com o homem que faz a previsão do tempo na tevê local – um sujeito egocêntrico que não hesita em dar o fora na moça diante do menor problema.

Susan é fulminada por um meteoro minutos antes de ir para o altar e acaba ficando radiante. Meio atordoada, segue na cerimônia, mas, antes que possa dizer sim, começa a crescer até ficar do tamanho de um prédio. O noivo dá no pé, a família sofre de desgosto e Susan é capturada pelo governo norte-americano.

Rebatizada de Ginórmica, é mantida em cativeiro ao lado de outras quatro figuras bizarras: a gosma B.O.B., o cientista louco dr. Barata (o nome dá conta de sua aparência), o Elo Perdido e o desmiolado Insectossauro. E este é um ponto crucial do filme: você fica conhecendo todos os personagens, mas nenhum deles é carismático.

Quando a Terra é invadida por um aparato alienígena, os monstros são convocados para lutar contra a máquina. Na verdade, o tal aparato é só o começo dos problemas. Por trás dela, existe um ser que, como era de se esperar, quer dominar o mundo. Ou destruí-lo? Sei lá, não faz diferença.

No original, dizem que a voz de Seth Rogen – o rapaz desleixado que engravida a loira bonitona em Ligeiramente Grávidos – é a melhor coisa do filme. Não dá para saber porque quase todas as cópias lançadas aqui são dubladas em português.

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Embora seja consenso que os dubladores brasileiros – especialmente os que encaram desenhos animados – são fantásticos, eles não conseguem resolver os defeitos de Monstros vs. Alienígenas.

Com um fiapo de história, sempre que o filme dá um tempo para respirar e não coloca ninguém correndo, gritando, explodindo ou lutando, ele fica instantaneamente chato. Quando isso acontecer, recorra às pipocas. GGG