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Uma das conferências mais prestigiadas e esperadas no estande do Brasil no Salão do Livros de Paris foi a que contou com a presença do escritor Cristovão Tezza, da atriz e escritora Fernanda Torres e do escritor João Carrascoza. Com o título “Tecidos Familiares”, a discussão colocou em pauta a temática da família na literatura. Tezza, que teve seu livro O Filho Eterno traduzido para o francês (Le fils du Printemps) falou sobre o processo de criação da obra.

“Mais do que ter uma tragédia familiar como inspiração, eu precisava recuperar o momento mais importante da minha vida que eu covardemente deixei de lado por tanto tempo. E falar de um pai em terceira pessoa me deu a liberdade de exercer toda a crueldade necessária, já que a crueldade é um dos elementos mais importantes da literatura. Pobre daquele autor que tem pena dos personagens”, disse.

Fernanda Torres disse que sempre quis falar sobre pessoas falhas e escolheu a temática da morte para tratar desta perspectiva, fazendo uma critica à classe média carioca, que é muito hedonista, segunda a autora.

Já Carrascoza, que teve seu livro Aos 7 e aos 40 (À 7 ans et à 40 ans) traduzido para o francês, falou sobre a perspectiva poética da sua obra, e a inspiração em autores como Manuel Bandeira e Raduan Nassar.

“Eu sempre digo que sou um defensor da família, não por ser um conservador, mas pelo bem da literatura. Se acabar a família, acaba a literatura. Precisamos do desespero familiar para escrever bons livros”, disse Tezza.

Tristeza

Quando questionado sobre quem seriam seus “pais” literários, Tezza divertiu a plateia ao afirmar que a melhor e maior inspiração de qualquer autor é a infelicidade. “Gente feliz e normal namora e vai ao cinema. Já aqueles infelizes ficam em casa escrevendo histórias e acreditando que nunca ninguém lerá o que está sendo escrito”, brincou. (SR)

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