• Carregando...

Depois de dois anos pesquisando para organizar a próxima edição da Bienal Brasileira de Design, a curadora Adélia Borges anunciou que deixará o evento, marcado para maio em Florianópolis.

Borges, que já dirigiu o Museu da Casa Brasileira, em São Paulo, disse que decidiu se afastar da mostra por causa da ingerência dos organizadores do evento, que vetaram obras escolhidas por ela.

"Eles não entendem muito bem o que é um trabalho curatorial, queriam entrar muito em decisões desse âmbito", diz Borges à reportagem. "Isso culminou com um veto a cerca de 30% das minhas escolhas. Não houve respeito ao trabalho intelectual e à autonomia da curadoria, nem argumentação alguma."

Presidente do Centro Design Catarina, responsável pela organização desta Bienal, Roselie Faria Lemos negou que houve interferência no projeto de Borges. "Ela pediu nossa opinião, e nós demos", diz Faria Lemos. "Fizemos o que ela pediu, mas a decisão era dela."

Ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a Bienal Brasileira de Design terá de escolher agora outro curador, que passa pela aprovação de um comitê da pasta em Brasília. Segundo Faria Lemos, um novo nome será anunciado até o Carnaval.

Ela adianta, no entanto, que como a Bienal financiou a pesquisa de Adélia Borges, o evento que será inaugurado em 15 de maio pode ter muitas semelhanças com o que a curadora já propôs para sua edição da mostra.

Borges, aliás, já havia sido curadora do evento em 2010, quando foi realizado em Curitiba. A Bienal Brasileira de Design começou em 1968, no Rio, e teve edições na capital fluminense em 1970 e 1972. Depois de um hiato, voltou a acontecer em 1990 e 1992, em Curitiba, e desde 2006 vem ocorrendo a cada dois anos em capitais distintas.

A edição de Florianópolis estava prevista para 2014, mas foi adiada por causa da Copa do Mundo e das eleições.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]