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Diretor rebate críticas de que filme glorifique a violência
Assim como as cópias piratas de "Tropa de Elite" podem ser encontradas a cada esquina do país, basta digitar o nome do filme junto às palavras "trilha sonora" em qualquer site de busca na internet para que a tela seja ocupada por uma enorme lista de links, nos quais as canções presentes no filme podem ser baixadas gratuitamente (e ilegalmente).No entanto, assim como ao adquirir um DVD pirata do filme desvaloriza-se a obra do diretor José Padilha, baixar apenas as canções que sonorizam a produção é o mesmo que não prestigiar por completo o trabalho do músico e compositor Pedro Bromfman, 31 anos, que esteve recentemente na capital paranaense para presentear os avós, o médico curitibano Moysés Bromfman e sua esposa, dona Hilda, com um exemplar verdadeiro do polêmico filme.
Isso porque, além de faixas já conhecidas do público como "Tropa de Elite" (Tihuana), "Shiny Happy People" (R.E.M.), "Polícia" (Titãs) e o funk "Rap das Armas" (MCs Cidinho e Doca), o trabalho de Bromfman foi muito além de simplesmente selecionar músicas que se encaixassem no contexto de violência e repressão contido na película. "Decidimos usar funks para as cenas dos bandidos e rock para os momentos protagonizados pela polícia. Mas não queríamos nada que lembrasse um videoclipe, a idéia era transmitir ao público o sentimento de angústia presente na história. Por isso, a trilha sonora é bem escura, repleta de ruídos e com bastante percussão, lembrando quase uma selva e remetendo ao clima de violência da narrativa", explica Bromfman, em entrevista ao Caderno G, direto de sua residência, em Los Angeles.
Após realizar o trabalho de composição das trilhas incidentais, produção de faixas que tiveram de ser regravadas e sonorização (encaixe das trilhas e canções de acordo com as cenas do filme) trabalho de cerca de três meses e meio, Bromfman estava certo de que "Tropa de Elite" iria causar polêmica quando chegasse às telas. Porém, o episódio do vazamento da cópia original do filme, que deu origem à pirataria desenfreada, foi algo que surpreendeu o músico e compositor.
"Eu estava no Brasil, na ocasião do lançamento do filme durante o Festival do Rio e fiquei impressionado ao ver pessoas nas ruas citando algumas falas que haviam decorado. Vi uma sociedade revoltada, que adotou o filme. "Tropa de Elite" não é mais meu, do Padilha, dos atores ou do roteirista, é da comunidade", conta.
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