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Rimon Guimarães pintou dois painéis no Jardin d’Acclimatation | Fotos: Divulgação
Rimon Guimarães pintou dois painéis no Jardin d’Acclimatation| Foto: Fotos: Divulgação
  • Cataventos com a cor da bandeira brasileira fazem parte da cenografia de Daniela Busarello

Desde o mês passado, a cada domingo, 20 mil visitantes têm lotado o Jardin d’Acclimatation, região oeste de Paris, para ver arte brasileira. Mais propriamente, curitibana: entre os seis artistas participantes da exposição Sensacional Brasil, dois são da cidade: o artista urbano Rimon Guimarães e o designer Gabriel Dietrich. A cenografia da mostra, repleta de elementos regionais, foi pensada pela arquiteta também curitibana Daniela Busarello, que vive em Paris há sete anos.

Promovida pela Embratur, a exposição quer aproveitar o momento da Copa do Mundo para atrair mais turistas franceses ao Brasil. Além das obras dos curitibanos, estão expostas pelo espaço, um dos principais locais de área verde de Paris, trabalhos de Araquém Alcântara, Marcelo Jacome, Paulo Marioti e Zanini de Zanine Caldas.

A ideia foi mostrar a "marca" brasileira e até abordar alguns clichês, mas de uma forma mais "artística e contemporânea", diz Daniela. Na cenografia, ela colocou 365 guarda-sóis amarelos, representando o "símbolo máximo do Brasil". Cadeiras com o tradicional tecido de chita, redes verde e amarelas e cataventos com as cores da bandeira também foram inclusos na montagem. "Quis abrir o imaginário francês para um Brasil mais contemporâneo, de movimento e abundância", frisa.

Rimon Guimarães pintou nos muros do Jardin dois painéis – um deles traz um desenho que mescla um rosto humano ao de um tucano de tons vivos, uma das principais características do trabalho do artista, que não pensou previamente nas formas que colocaria nas paredes. "Chegando e vendo os muros, comecei o trabalho e fui me adaptando com o espaço", conta Rimon, que ainda está em Paris e, em breve, pintará um mural por conta própria na rua.

Sons

Já o designer Gabriel Die­trich, curitibano radicado em São Paulo há 10 anos, fez uma ampla pesquisa antes de desenhar o seu projeto, que espalha por parte do espaço o som de oito pássaros brasileiros. O designer, que já tinha exposto em Paris desenhos de grandes dimensões em prédios da cidade na Nuit Blanche de 2009 (uma espécie de Virada Cultural francesa), queria proporcionar algo lúdico ao público. "A ideia é que você andasse e ouvisse o som de um pássaro brasileiro, sem precisar colocá-lo em uma gaiola."

Para a concepção da ideia, Dietrich chegou ao trabalho do ornitólogo francês Jacques Vielliard, que viveu no Brasil e gravou o som de mais de 40 mil pássaros. Conheceu a viúva de Vielliard, Maria Luisa da Silva, professora da Universidade Federal do Pará, que foi a consultora da instalação.

Além do som, o visitante pode ver placas com explicações de cada espécie e o desenhos das aves (de Clayton Júnior, também curitibano, que vive em Londres). "Meu maior interesse na instalação foi a sobreposição da paisagem parisiense com o pássaro brasileiro." Dietrich se surpreendeu com a reação dos franceses. "As pessoas estão realmente interessadas, não estão no parque por acaso, eles querem ver tudo o que está lá, pássaro por pássaro. E isso é muito legal." Sensacional Brasil fica em cartaz em Paris até amanhã.

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