Chato, muito chato. E cafona também. O Código da Vinci é simplesmente um suplício de duas horas e meia. Estamos falando do filme, claro, recém-chegado às locadoras. Pois o livro, por mais tolo que seja, já se tornou um clássico contemporâneo. Mas a versão para o cinema, com o perdão da insistência, é um tédio só.
Saiu-se bem nas bilheterias, liderando a arrecadação mundial durante cinco semanas. Perdeu, no fim das contas, para X-Men 3, o que não é nenhum demérito nesta era dos filmes "para toda a família". Em DVD, deve fazer outra fortuna. Ainda assim, e pela última vez, é um porre.
A história todo mundo conhece. Dono de um corte de cabelo pavoroso, o famoso simbologista Robert Langdon (Tom Hanks) lança seu novo livro em Paris quando é chamado ao Museu do Louvre, após o assassinato de um curador. O matador deixou uma série de pistas esquisitas, e Langdon precisa decifrá-las. Acaba, no entanto, virando um dos suspeitos do crime. E mais: descobre mensagens ocultas nas obras de Leonardo Da Vinci que revelam a existência de uma sociedade secreta religiosa cuja missão milenar é guardar segredo sobre os supostos descendentes de Jesus Cristo e Maria Madalena. Uau!
Em apenas uma noite, e com a ajuda da criptógrafa Sophie (Audrey Tatou), que se diz neta do curador morto, Langdon empreende uma jornada para se manter vivo e desvendar esse mistério cabeludo. É perseguido por fanáticos religiosos e, lá pelas tantas, recebe ajuda de sir Leigh Teabing (Ian McKellen), um historiador podre de rico. Os fanáticos, ao contrário do livro, são retratados como patetas em vez de raiva, temos pena dos pobrezinhos. Teabing, por sua vez, é a melhor coisa do filme. Difícil imaginar a sobrevivência na sala escura sem McKellen.
As pessoas adoram teorias conspiratórias. Se tem religião no meio, melhor ainda. Mas há outro elemento fundamental na bem-sucedida fórmula de O Código da Vinci. Tanto o livro quanto o filme trazem referências que, para o público médio, são sinônimos de sofisticação material e intelectual viagem pela Europa, bancos altamente sigilosos, aviões particulares, citações históricas, a Mona Lisa, etc. Como se a leitura, ou uma sessão de cinema, valessem por um cursinho intensivo de cultura geral.
Dan Brown, o autor do romance, ganhou US$ 6 milhões para liberar a versão cinematográfica. Tom Hanks faturou, só de salário, mais do que o triplo. E está irreconhecível, apático. Culpa do próprio Brown, e também do roteirista e do diretor, que não fizeram a mínima questão de trabalhar o personagem só se sabe que o sujeito tem claustrofobia. Mas o que esperar da dupla Akiva Goldsman e Ron Howard, parceiros nos duvidosos Uma Mente Brilhante e A Luta Pela Esperança (salvos apenas pela presença marcante de Russell Crowe)?
Enfim: após 149 minutos de reviravoltas rocambolescas e enigmas complexos decifrados como se fossem charadas de almanaque, eis a revelação final, rísivel. Bobagem por bobagem, melhor alugar um DVD do Adam Sandler. Pelo menos o riso não é involuntário. G
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