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O comerciante aposentado e colecionador compulsivo Max Conradt Jr. é o protagonista do documentário curitibano A Que Deve a Honra da Ilustre Visita Este Simples Marquês? | Rafael Urban/ Divulgação
O comerciante aposentado e colecionador compulsivo Max Conradt Jr. é o protagonista do documentário curitibano A Que Deve a Honra da Ilustre Visita Este Simples Marquês?| Foto: Rafael Urban/ Divulgação

Lista

Confira alguns dos premiados em Brasília:

Longa-metragem de ficção

Filme – Exilados do Vulcão, de Paula Gaitán

Direção – Michael Wahrmann, por Avanti Popolo

Ator – Pedro Maia, por Depois da Chuva

Atriz – Maeve Jinkings, por Amor, Plástico e Barulho

Longa-metragem de documentário

Filme – O Mestre e o Divino, de Thiago Campos

Curta-metragem de ficção

Filme – Lição de Esqui, de Leonardo Mouramateus e Samuel Brasileiro

Curta-metragem de documentário

Filme – Contos da Maré, de Douglas Soares

Direção – Rafael Urban e Terence Keller por A Que Deve a Honra da Ilustre Visita Este Simples Marquês?

  • Premiação do Festival de Brasília: opção pelo autoral

O filme A Que Deve a Honra da Ilustre Visita Este Simples Marquês?, dos cineastas paranaenses Rafael Urban e Terence Keller, ganhou na última terça-feira, na festa de encerramento do 46.º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, três prêmios. Além do troféu Candango de melhor direção, na competição de documentários em curta-metragem, Urban e Keller receberam o Prêmio da Crítica, atribuído e organizado pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine); e o Prêmio Aquisição Canal Brasil de Incentivo ao Curta-metragem, no valor de R$ 15 mil, concedido ao melhor filme desse formato em disputa.

A Que Deve a Honra da Ilustre Visita Este Simples Marquês? tem como personagem central o comerciante curitibano aposentado Max Conradt Jr., de 82 anos, colecionador compulsivo, que tem em sua casa 8 mil livros sobre a história e a cultura paranaenses – recentemente doados ao Instituto Histórico e Georgráfico do Paraná –, cerca de 10 mil revistas nacionais e internacionais, além de autorretratos pintados por alguns dos mais importantes artistas do estado, como Alfredo Andersen, Miguel Bakun, Guido Viaro e Helena Wong, entre outros.

Keller, que não participou da cerimônia de premiação, disse ontem à Gazeta do Povo que ficou muito feliz com a recepção do filme. "Gostaria de agradecer a todos da nossa equipe, aos nossos incentivadores, à Fundação Cultural de Curitiba e à Unibrasil [patrocinadora do filme] e especialmente ao Max Conradt Jr., que nos abriu sua casa, sua memória e seu coração, para que pudéssemos captar mais do que simplesmente sons e imagens. Vida longa ao Marquês e suas maravilhosas coleções!"

Cinema poético-sensorial

Recebida com surpresa, a vitória de Exilados no Vulcão, de Paula Gaitán, na competição de longas-metragens de ficção do Festival de Brasília, contemplou o cinema poético-sensorial, em detrimento de uma seleção que priorizava discussões sobre a relação do homem com o espaço e o momento em que vive.

Viúva de Glauber Rocha, Paula é herdeira das narrativas líricas, de cunho humanista, e seu filme não nega suas heranças. Os demais troféus – são 38 no total, para 30 títulos em competição (leia quadro nesta página) – se alinharam à proposta de reflexão sobre nosso tempo.

O segundo Candango mais importante, o de direção, ficou com Avanti Popolo, de Michael Wahrmann, que fala sobre o isolamento emocional de um pai (interpretado por Carlos Reichenbach, morto no ano passado) que há 40 anos espera pelo retorno do filho, desaparecido na ditadura. O longa-metragem levou ainda os prêmios de ator coadjuvante (Reichenbach) e o da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema).

Durante seis dias, o festival conheceu diversos outros personagens incomodados com a aspereza do mundo. Embora beba em uma fonte cheia de simbolismos, Riocorrente, de Paulo Sacramento, debruça-se sobre um triângulo amoroso que tenta sobreviver em uma São Paulo que lhes nega todos os desejos. Acabou com os troféus de fotografia e montagem. Embora ambientado nos subúrbios de Salvador de meados dos anos 1980, Depois da Chuva, de Cláudio Marques e Marília Hughes, que saiu da cerimônia com os Candangos de roteiro, ator (Pedro Maia) e trilha sonora, cria uma ponte com as angústias políticas dos dias de hoje.

O filme é centrado em um adolescente que se envolve com um grupo de anarquistas na era das Diretas Já. Até o bem-humorado Amor, Plástico e Barulho, de Renata Pinheiro, usa a cena da música brega pernambucana para criticar a indústria do descartável. O filme, um dos mais aplaudidos, levou os prêmios de atriz (Maeve Jinkins), atriz coadjuvante (Nash Laila) e direção de arte.

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