Curumin mostra novo trabalho no John Bull

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Até algum tempo atrás, podia-se dizer que Curumin era mais conhecido por seu trabalho como baterista (Arnaldo Antunes, desde 1999), Criolo (2011), Céu (2007), Vanessa da Matta (2006) e Paula Lima (1997 a 2002). Mas, com o lançamento de dois discos solo que chamaram a atenção de público e crítica (Achados e Perdidos, de 2003, e Japan Pop Show, de 2008), o paulista descendente de japoneses deixou a condição de coadjuvante para encabeçar outra, a de artista inquieto que busca sempre uma forte identidade brasileira em tudo o que faz.

Maior prova desse momento de protagonista – e também de "arqueólogo moderno" – é o seu terceiro disco, Arrocha, cujo repertório o músico mostra ao vivo no John Bull Pub, em show nesta sexta-feira (mais informações na página 8). "O processo foi diferente em relação aos outros dois discos. Houve uma demanda do público, dos produtores. Antes, fazia as minhas músicas só quando dava tempo", conta.

O nome do álbum também não é à toa. "É uma palavra interessante, que tem um som forte que combina com o disco. Arrochar quer dizer apertar com pressão, muito junto do corpo. Tive essa intenção, ou essa pretensão, de fazer um álbum e um show assim, que te agarre pelo corpo inteiro", explica.

Com produção de Zé Nigro, Lucas Martins e do próprio Curumin, e participações de músicos como Céu, Gui Amabis, Edy Trombone e Ricardo Hertz, Arrocha dá continuidade a um processo de pesquisa às antiguidades orais iniciado com seu álbum anterior, embora a musicalidade se sobressaia no novo disco.

"Tento pesquisar sem internet. Esse é meu código de ética interno", afirma Curumin. "Procurar no sebo, ou conhecer alguma coisa através da indicação de amigos tem muito mais significado", diz.